Gustavo Maresch

Bacharel em Gastronomia e mestre em Turismo e Hotelaria. Atualmente é chef de cozinha do Kraft Wine Bar.


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Gustavo Maresch

Vinho e álcool: amigos inseparáveis?

Vinho e álcool. Entenda a relação virtuosa entre a bebida tão apreciada que é o vinho e um dos seus principais componentes: o álcool.

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Fonte: Pixabay
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Muitos dos que nos leem provavelmente já se depararam com vinhos sem álcool, porém nem todos devem ter pensado na relação entre vinho e álcool, e talvez sequer tenham sabido bem do que se tratavam aquelas bebidas. Já conversamos sobre o álcool nos vinhos e algumas crenças equivocadas. Hoje, falaremos sobre a relação virtuosa entre a bebida e um dos seus principais componentes.

Um componente de peso

É bem verdade que, em nosso mundo, nem tudo se resume à matemática. Porém, no mínimo chama atenção que o teor alcoólico do vinho varie usualmente de 10 a 14 %, Se nos fixássemos no percentual mais baixo, já seria expressivo perceber que 10 % do líquido de Baco fosse álcool.

O álcool etílico, ou etanol, só perde para a água no ranking da composição do vinho, sendo seguido pela glicerina, composto natural formado na fermentação. Para se ter uma ideia, por mais que a acidez de um vinho possa chamar atenção, e sendo reducionista para poder proporcionar algum grau de comparação, ela não passaria de 1 % da composição do vinho.

Importante em volume e em funções

Muito mais do que um componente em grande volume, o álcool importa muito pelo impacto sensorial que exerce. Sem ele, o vinho pareceria aguado e as sensações de temperatura aparente, tipo o calor que sentimos na boca quando provamos um destilado, seriam praticamente nulas. A sensação de corpo e volume ou corpo em boca é, em muito, devida ao álcool, que também joga um importante papel no equilíbrio gustativo da bebida.

E o vinho sem álcool?

Bom, na realidade, não é vinho… A lei brasileira é muito clara (e espelhada em outras tantas internacionais) ao definir a bebida como “obtida pela fermentação alcoólica do mosto [suco] de uva” e designar-lhe um teor alcoólico mínimo de 7 %. Este conceito coaduna com aquele preconizado pela Organização Internacional da Uva e do Vinho.

Mas como não é vinho, se existe e está à venda?

Ocorre que estes produtos têm identidade visual muito próxima a dos vinhos, por mais que seja vedado o uso de elementos que tragam confusão ao consumidor. O uso de rolhas, cápsulas e garrafas como as de vinho, porém, não é proibido, e só isso é capaz de fazer nossa cabeça entender a mensagem errada.

Se não é vinho, é o que?

Vinho é o fermentado alcoólico de uvas. Quando o álcool é retirado de um vinho, ele passa a se chamar “fermentado desalcoolizado de uvas”. Há também alguns que se parecem com espumantes, mas que são, na verdade, refrigerantes, normalmente mistos de uva e maçã.

Sim, talvez você, caro leitor, nunca tenha lido com atenção aquilo que via nas prateleiras do supermercado, mas está tudo lá, correto e cumprindo a legislação pertinente. Saiba, portanto, que não são vinhos, e que são bebidas permitidas pela nossa legislação. Diferente da cerveja, que existe em versão sem álcool, para o vinho isso não faria sentido, pois lhe tiraria grande parte de sua essência.

Um brinde com vinho, aos que podem desfrutar das bebidas alcoólicas, e com as bebidas alternativas sem álcool, aos que precisam privar-se do etanol.

Santé!

por Jucelio K. Medeiros


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