Gustavo Maresch

Bacharel em Gastronomia e mestre em Turismo e Hotelaria. Atualmente é chef de cozinha do Kraft Wine Bar.


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Gustavo Maresch

A experiência de ser cozinheiro em uma olimpíada

Conheça a experiência de 2 catarinenses que fizeram parte da equipe responsável pela alimentação dos atletas brasileiros nas olimpíadas.

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Foto: acervo pessoal – Solaris Maximo.
Foto: acervo pessoal – Solaris Maximo.

Na olimpíada, partir de uma parceria com o COB, a faculdade Estácio organizou três grupos de graduandos em Gastronomia, acompanhados por docentes, para atuarem junto à equipe responsável pela alimentação dos atletas e da comissão brasileira. A faculdade enviou representantes de diferentes estados e, de Santa Catarina, foram a professora Kelly Yshida e o estudante Solaris Máximo.  

Olimpíada de Tokyo

A fim de compreender um pouco melhor a experiência cultural e profissional, convidei a professora Kelly e o aluno Solaris para um bate papo. Confira a entrevista abaixo:

Entre tantas questões importantes para a organização do evento, a alimentação também ganhou destaque.  A professora poderia destacar alguns aspectos importantes?

“Quando eu cheguei o evento ainda não havia começado, mas havia uma equipe no Japão dedicada a preparar a estrutura necessária para recepção dos atletas. A cozinha era uma dessas áreas, é importante dizer que assim como os atletas se prepararam muito antes do evento, o mesmo ocorreu com a alimentação. Exemplar disso foi o esforço do chef executivo, aliado a toda a equipe da cozinha e da logística, cuja organização foi fundamental para que os estagiários exercessem suas funções.”

Além de atuarem com cozinheiros profissionais, quais os cuidados do período da pandemia na olimpíada?

“Existem as particularidades desse período de pandemia e de todos os cuidados impostos na olimpíada; no serviço de alimentação já temos grande preocupação com higiene e manipulação, mas diante deste contexto há uma demanda de que esse cuidado seja ainda maior. A equipe foi testada todas as manhãs, havia restrições de saídas, além do uso constante de máscara e álcool”.

Foto: acervo pessoal – Prof. Kelly Yshida

Mas havia mais do que questões práticas no serviço de alimentação, a professora poderia nos mencionar?

“A comida nas diferentes bases foi pensada pela equipe responsável para facilitar a ambientação no Japão, portanto foram servidas preparações recorrentemente consumidas no Brasil, como foi divulgado em diversas mídias, como arroz, feijão, frango com quiabo, moqueca. Nisso há a questão subjetiva da alimentação que é essa capacidade de identificação mesmo quando estamos em um país tão distante física e culturalmente, o que nos fez ver de forma tão destacada o poder agregador e afetivo da alimentação. Esta relação e a vivência intercultural, de estar no Japão aprendendo com japoneses e com brasileiros que residem no país há muito tempo, é o que considero alguns dos maiores ganhos”.

Essa relação na cozinha foi vivenciada também pelo estudante de gastronomia Solaris Máximo, que nos relata um pouco sobre os jantares realizados: 

“Acredito que foi uma experiência que vai além da cozinha, encontrei muita dedicação e respeito pelo gesto do cozinheiro. Na base em que eu estive trabalhamos com o casal Ryu Matsuda e Miyuki, que nos acompanhavam na jornada de trabalho com a cozinha brasileira, porém uma vez por semana haviam jantares japoneses feitos por eles onde traziam referências da cozinha regional e familiar.” 

Mise en place – Foto: acervo pessoal – Solaris Maximo

Gastronomia Japonesa

Além da alimentação comum aos brasileiros, ele teve contato também com a gastronomia japonesa, como nos conta sobre uma de suas experiências:

“O sushi é comum, porém não exatamente como conhecemos, não colocam tanta coisa e buscam harmonizar com ingredientes simples, um bom peixe fresco, legumes bem crocantes, arroz no ponto, porém não faz parte da refeição diária, assim como nós, não comemos feijoada todo dia né? Em um desses jantares fizemos diversas preparações como batatas com manteiga e milho; daikon com caldo de kombu; peixe escaldado no caldo de vôngoles com kombu e alho; furikake com farinha panko, nori, peixe seco triturado e gergelim; e também katsudon, que é um prato com a base de arroz japonês com tonkatsu, que é um porco empanado na farinha panko, montado com um molho próprio e um ovo pouco cozido, e um tsukemono de pepino, que uma um tipo de conserva, boa para comer no verão. O katsudon me disseram que geralmente é conhecido como comida de vencedores, de quem quer vencer”.

Regue a sua vida com muito amor, tempere a sua comida com a sua essência!!

Um grande abraço,

Gustavo M.
@gutomaresch


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