Governador diz que MP falhou e que investigado recebia mensagens de um robô do governo
A ideia da defesa do governador é “apontar falhas” da investigação do Ministério Público para que o processo volte para Santa Catarina.
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O governador Carlos Moisés continua investindo na própria defesa e questionando pontos da investigação contra ele no caso dos respiradores. Nos próximos dias o chefe do executivo vai enviar uma petição ao ministro Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça, mostrando contradições do que já foi apurado até agora. A ideia da defesa do governador é “apontar falhas” da investigação do Ministério Público para que o processo volte para Santa Catarina.
O Superior Tribunal de Justiça autorizou as investigações contra Carlos Moisés, que recebeu recentemente a Polícia Federal na Casa da Agronômica. Segundo as investigações, o governador teria conhecimento da compra fraudulenta. O ministro embasou-se em uma possível citação ao governador para investir nas investigações contra Carlos Moisés. O nome do governador teria surgido em uma mensagem de áudio, onde Deivis de Oliveira Guimarães, um dos investigados, declara a Samuel Rodovalho, empresário ligado a Veigamed, que “O governador já teria autorizado o pagamento”. No entanto, não fala de qual governador se referia. Durante os depoimentos, Deivis Oliveira foi questionado pelo Ministério Público sobre a mensagem. Ele respondeu que não conhece Santa Catarina.
Conversa com um robô
Em outro ponto do processo que a coluna teve acesso, a investigação cita uma conversa entre Leandro Barros, outro advogado investigado no suposto esquema, com um número de telefone ligado ao governador. O teor das mensagens teria sido apagado. Agora, a defesa de Carlos Moisés questiona essas conversas, já que o número do celular apresentando no processo é na verdade de um celular corporativo, que dispara automaticamente mensagens de governo e não um telefone particular do governador. Leandro estaria conversando com um robô, pelo telefone (48) 99170-0033.
A conversa foi encontrada no celular apreendido de Leandro Barros, que teria registrado o telefone robô que encaminha notícias do governo para 44 mil pessoas, como sendo o celular pessoal de Carlos Moisés.
Carlos Moisés afirma que houve uma “falha grave” do MP e que ele próprio vai questionar o chefe do Ministério Público em Santa Catarina, Fernando Comin.
Em nota, o MP garante que vai analisar o questionamento do governador e, que se houver falar, ela será corrigida.
As investigações querem apurar se o governador sabia ou não da compra de 200 respiradores. O relatório da CPI na Alesc concluiu que Carlos Moisés recebeu informações do processo. Outro ponto levantado pelos deputados na CPI foi a omissão do governador, que na visão dos parlamentares, não teria protegido o Estado. Questionado, Carlos Moisés garante que acionou a Polícia Civil no dia 22 de abril, antes da irregularidade vir à tona, determinando investigações dentro da secretaria de Saúde. A compra dos respiradores é o motivo do segundo processo de impeachment aberto na Alesc, contra governador e vice.
Veja aqui trechos da entrevista do governador, onde ele questiona as investigação.
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