Fernando Machado

Jornalista desde 2008, é apresentador do SBT Meio-dia, repórter de rádio e produtor de conteúdo para site e mídia sociais.


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Fernando Machado

Foca na ciência porque a vacina virou palanque

Coronavac pode ser liberada no domingo

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Imagem ilustrativa. Foto: Freepik
Imagem ilustrativa. Foto: Freepik

Santa Catarina já está se preparando para receber as primeiras doses da vacina, o que pode acontecer já na próxima semana, já que a Anvisa deve responder o pedido de liberação da CORONAVAC no domingo. A vacina atende as exigências de eficácia, segundo o Instituto Butantan.

Trouxe essa informação para analisar o que aconteceu com esse processo, aliás, o mais esperado do ano e que representa diretamente a preservação de vidas. Para resumir, tem motivos de sobra para ser tratado com responsabilidade.

A vacina se tornou o “cabo de guerra” entre o presidente da República e o governador de São Paulo. Bolsonaro e Dória decretaram uma verdadeira guerra de interesses e projetos pessoais. Enquanto Dória se mostrava o salvador da humanidade, liderando um processo acelerado e com controvérsias, pela liberação da vacina, Bolsonaro trabalhou para questionar os efeitos da vacina e chegou a dizer que não compraria a vacina por ser produzida por um laboratório chinês. “Virar jacaré”, depois da vacina, foi o ponto alto da irresponsabilidade. Uma declaração que não ajudou em nada, só deixou a população com ainda mais medo e dúvida.

João Dória também tem sua parcela de reponsabilidade. Fez aumentar os questionamentos quando decidiu liberar números parciais da eficácia, que depois foram atualizados com um balde de água fria, mesmo a vacina ainda atendendo os requisitos da Anvisa.

Ao longo desse processo foram muitas declarações, críticas e ataques entre os dois políticos, um querendo manchar a imagem do outro e no meio disso tudo, estava a gente, apenas querendo uma solução da pandemia. Sim, esses comportamentos precisam ser analisados pelos brasileiros, especialmente na hora de tomar a decisão sobre receber ou não a vacina.

O que todos nós precisamos agora é ouvir e confiar na Anvisa, na avalição técnica. O resto é achismo, que não contribui para o momento que estamos vivendo. Vamos ouvir cientistas, especialistas e não oportunistas. Os brasileiros não precisam de opinião de político, não precisam de ideologia, a vacina não pode virar palanque.

Os grandes nomes da Saúde pública no país, secretários de Estado e até o Ministério da Saúde acreditam no trabalho dos laboratórios e da Anvisa. Vamos seguir este caminho, com base em fatos e na ciência, é o melhor para todos nós.

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