É tudo uma questão de bom senso
Essa noção do coletivo e de agir dentro da razoabilidade é capaz de resolver qualquer situação
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Eu sempre fui muito a favor do bom senso. Ao meu ver, essa noção do coletivo e de agir
dentro da razoabilidade é capaz de resolver qualquer situação – ou a maioria delas. Quando a
gente pesquisa o significado desse conceito aparecem vários resultados, mas um em especial
me chama a atenção: “capacidade que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar
regras e costumes a determinadas realidades, considerando as consequências, e, assim, poder
fazer bons julgamentos e escolhas.” Em tempos de pandemia isso parece fazer ainda mais
sentido né?
Esse assunto veio à tona hoje pela manhã, quando eu resolvi dar um pulinho na piscina aqui do
prédio. Olhei pela janela, o espaço estava vazio. Então fui. Quando cheguei lá, notei que
haviam retirado as espreguiçadeiras. Fiquei na dúvida se o uso dos espaços comuns dos
condomínios estavam permitidos – visto que, aqui em Florianópolis, voltamos à cor vermelha
no mapa de risco do Coronavírus. Fui checar o decreto municipal para quando estamos no
Gravíssimo: é permitido ficar na piscina desde que seja usado apenas por residentes de um
apartamento por vez, podendo ter alguma alteração pelo síndico. Sendo assim, fiquei lá.
Nesse meio tempo, entrava e saía morador dando aquele olhar de desaprovação, sabe? Como
se eu estivesse fazendo alguma coisa errada. Um detalhe muito importante: essas mesmas
pessoas estavam com roupa de banho e areia no corpo, alguns carregando cadeira, guarda-sol,
alguns até sem máscara. E eu não preciso dizer que permanecer na praia está proibido, né?
Essa normativa já está valendo desde o início da pandemia.
No grupo do WhatsApp do prédio, até então, não tinha nada a respeito. Mas eu resolvi
perguntar para o síndico o que podia e o que não podia – por via das dúvidas. A resposta foi o
que eu imaginava: “está permitido pelo decreto, a maneira mais segura de se utilizar o espaço
só depende do bom senso dos condôminos”. Perguntei sobre as espreguiçadeiras, ele disse
que como não tinha uma pessoa para fazer a higienização durante o dia, decidiram por guardá-
las – justíssimo! Pela minha dúvida, que foi na conversa particular, ele acabou mandando uma
mensagem no grupo para que todos pudessem ter essas informações.
Porque, convenhamos, qual risco existe – com relação à pandemia – em um espaço isolado, ao
ar livre, usado por pessoas que já convivem na mesma casa? É uma questão de bom senso!
Aliás, isso vale para tanta coisa né? Trazendo para esse âmbito da convivência entre vizinhos,
pode ser aplicado naquele eterno problema de perturbação de silêncio. Por exemplo: teu
vizinho de porta acabou de ter filho, um recém-nascido, você vai ficar ouvindo som alto até às
22h, porque é o que diz a lei? Ah, para né? E se a outra vizinha está de aniversário e
comemorou até um pouco mais tarde, nesse caso, passando das 22h, você vai ligar pro síndico
reclamando? Ah, para né (de novo)?!
Já pararam para pensar quantos problemas seriam evitados se as pessoas usassem mais o bom
senso? É fato que as regras são necessárias para estabelecer um controle, manter a ordem.
Mas e para assuntos que convém a nós mesmos? Por exemplo quando policias têm que multar
os pais por não colocarem a cadeirinha no banco de trás para crianças. Ou quando vemos campanhas e mais campanhas, mutirões, Dia D que ainda são insuficientes para bater as metas
de vacinação na população.
“O respeito ensina o bom senso”. Termino com essa frase do escritor Henrique de Shivas que
resume bem esse texto de hoje. E da mesma forma que o povo diz “respeito nunca é demais”,
eu digo “Bom senso nunca é demais”. Vamos praticá-lo!
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