Dolmar Frizon

É colaborador da Fecoagro e editor-chefe do programa Cooperativismo em Notícia, veiculado pelo SCC SBT. Foi repórter esportivo por 22 anos.


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Projeção é de retomada de safra recorde em 2022

As estimativas apontam uma colheita de até 291 milhões de toneladas, 15,1% a mais que a safra 2020/2021

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O ano de 2022 promete literalmente um céu de brigadeiro para o campo, com uma expectativa climática muito favorável. Por isso, tanto a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão estimando a mais nova safra recorde da história do agro brasileiro no próximo ano.

Nas projeções apresentadas numa live, a CNA estima uma produção recorde de 289 milhões de toneladas. No dia, seguinte (9), a Conab divulgou o mais recente levantamento da safra nacional de grãos, indicando uma colheita um pouco maior: 291,1 milhões de toneladas. Se os dados da Conab estiverem certos, o crescimento será de 15,1%, com 38,3 milhões de toneladas de grãos a mais, em comparação ao ciclo 2020/2021.

Alta nos custos

Apesar da euforia de um novo recorde pela frente, o próximo ano deve ser desafiador para o produtor rural que vai encontrar novamente altos custos de produção das lavouras, por conta do encarecimento de insumos como fertilizantes e pesticidas.

Em 2021, o produtor rural já conviveu com o aumento de mais de 100% nos custos com fertilizantes e defensivos para culturas como soja e milho e a tendência para o próximo ano é de que este quadro se mantenha, segundo as projeções feitas pela CNA.

A entidade também prevê que, mesmo com a elevação dos preços e o aumento de produção de algumas culturas, a alta dos custos de produção deve achatar a margem de lucro do produtor rural de maneira geral. O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, também falou do encarecimento dos financiamentos em 2022, por causa dos juros altos.

“A Selic vai continuar alta em 2022, em 11,25%, e isso traz uma preocupação muito grande para o setor em função principalmente do crédito rural oficial que tem uma parte indexada na Selic. Então já imaginamos um cenário mais complicado para tomada de crédito para o produtor”, afirmou Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA.

Neste contexto, de acordo com a CNA, alguns fatores devem determinar o comportamento da safra 2021/2022 no Brasil e precisam ser acompanhados de perto no próximo ano, como a questão da logística, o abastecimento de insumos (boa parte da matéria-prima dos fertilizantes é importada, o que impacta os custos de produção) e o fenômeno climático La Niña.

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