Distúrbios neurológicos e psiquiátricos podem ser sequelas da Covid-19, aponta estudo
Os sintomas aparecem após seis meses da infecção. Ansiedade ficou no topo da lista.
• Atualizado
Após mais de um ano da pandemia do novo coronavírus, muitas questões relacionadas à saúde pós Covid-19 vem à tona. São diversos estudos espalhados pelo mundo trazendo novas descobertas. Há algum tempo já se fala nas sequelas da doença como perda de memória, mudança no paladar, olfato, na resistência física, coordenação motora. Uma das últimas novidades nessa área é com relação à saúde metal.
Um estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet Psychiatry, uma das publicações médicas mais respeitadas do mundo, informa que dos 236.379 mil pacientes com diagnóstico de Covid-19 em 2020 avaliados na pesquisa, 34% deles apresentavam algum distúrbio neurológico ou psiquiátrico após seis meses da infecção.
A psiquiatra Julia Trindade destaca alguns pontos interessantes do material publicado. Para a médica, um dado que chamou atenção é de que 13% das pessoas que tiveram os prontuários médicos avaliados, foram diagnosticadas pela primeira vez com algum distúrbio e o principal foi a ansiedade.
“A pesquisa mostra também que além do quadro de ansiedade, os pacientes foram diagnosticados ainda com transtorno de humor, uma prevalência de 15% dos pesquisados, 9% deles com transtorno por uso de substâncias e 5% foram afetados com insônia”, destaca a médica.
Outro ponto relevante que a psiquiatra observou, é que houve um aumento de distúrbios neurológicos em pacientes pós Covid. Casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), Demência e Parkinson, eram mais raros, mas se mostraram significativos, principalmente em pacientes que estiveram internados com quadro mais grave da Covid-19. Para ela, isso pode demonstrar que coronavírus tenha um tropismo, ou seja, uma possível atração pelo sistema nervoso central.
“Por isso, é muito importante que pacientes que tiveram a doença tenham um acompanhamento, principalmente se perceberem que estão mais ansiosos ou com alguma alteração do quadro”, diz.
A doutora Júlia ainda completa dizendo que mais do que nunca é preciso cuidar do cérebro e da saúde mental.
A pesquisa completa pode ser acessada neste link.
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