Maria Ester

Jornalista, apresentadora do SBT Meio-dia e especialista em Gestão de Comunicação.


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Maria Ester

Brincadeira sem graça

Uma coincidência no Dia Mundial de Combate ao Bullying

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Foto: Freepik
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Por acaso, hoje de manhã na redação, enquanto conversávamos sobre o jornal, surgiu uma piadinha interna de mau gosto. Um falou, o outro riu e um terceiro saiu constrangido da história. Na verdade, esse terceiro deu aquele sorrisinho sem graça fingindo estar achando legal aquele assunto que falava da sua forma física. Eu percebi tudo e comentei que achava muito chata essa brincadeira, que, convenhamos, de brincadeira não tem nada.

Foi aí que começamos a falar de bullying. Eu mesma fui o exemplo: lembrei de quando um menino da quarta série me chamava de espiga de milho – de tão branquinha que eu era. Nessa época eu estava na terceira série, um anos antes que ele, tinha uns 9 anos de idade mais ou menos. E como isso me incomodava. A mini Maria Ester não podia ver o Guilherme (sim, eu lembro o nome do sujeito) que saía correndo para o outro lado, longe dele. Era uma espécie de medo misturado com desconforto, angústia, sei lá. Sinceramente, eu não acho que esse “apelido” tenha alguma importância na minha vida hoje. Mas por que será que eu ainda me lembro disso? Por algum motivo, ficou guardado na memória. De qualquer forma, o sofrimento causado naquele período poderia ter sido evitado.

Quando cheguei em casa agora à tarde eu fui dar um check nas redes sociais e vi vários artistas fazendo campanha para o Dia Mundial de Combate ao Bullying, celebrado hoje, 20 de outubro. Coincidência ou não? Uma prática tão negativa, que começa na maioria das vezes na ingenuidade da infância, e que precisa de uma data para ser combatida. É, parece que as piadinhas são mais sérias do que muita gente pensa. 

Você sabia, por exemplo, que uma simples fofoca, um insulto verbal, manipulação de amizade ou um comentário maldoso na internet, pode ser considerado bullying? Mas são as consequências que merecem atenção: além dos danos psicológicos – como ansiedade e pânico, esse tipo de abuso pode gerar agressividade e violência física. 

Eu acredito, de verdade, que muitas vezes as pessoas não tem intenção de magoar as outras. E nem sabem que estão magoando. Mas estão! E aqui vai algo que eu descobri hoje: o espectador, aquele que observa, e dá apenas uma risadinha ou não diz nada diante da prática, reforça ainda mais os efeitos negativos – e mais uma vez eu digo, mesmo que sem intenção. Por isso a importância de falar sobre esse assunto, alertar, divulgar essas informações e coibir essas ações. Afinal, se tem alguém quem merece ficar constrangido nessa história é o autor do bullying. 

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