Dolmar Frizon

É colaborador da Fecoagro e editor-chefe do programa Cooperativismo em Notícia, veiculado pelo SCC SBT. Foi repórter esportivo por 22 anos.


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Dolmar Frizon

Árabes geram superávit de US$ 6,1 bi ao Brasil

O resultado corresponde a 12,2% do superávit total recorde de US$ 50 bilhões alcançados pelo Brasil ao longo do ano.

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Catar é um dos países da Liga Árabe. Foto: Rafaella Moraes / Arquivo Pessoal.
Catar é um dos países da Liga Árabe. Foto: Rafaella Moraes / Arquivo Pessoal.

O comércio entre o Brasil e a Liga Árabe gerou US$ 6,11 bilhões de superávit para o lado brasileiro em 2020. O resultado corresponde a 12,2% do superávit total recorde de US$ 50 bilhões alcançados pelo Brasil ao longo do ano. Representa ainda alta de 16,2% sobre o saldo positivo da balança Brasil-Liga Árabe de 2019, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

A entidade diz ainda que as exportações do Brasil para o bloco de 22 países no Oriente Médio e no norte da África geraram receita de US$ 11,47 bilhões, 6,3% abaixo da de 2019. A queda, no entanto, é menor que a registrada em outras parcerias comerciais relevantes, como os Estados Unidos (-23,7%), e Mercosul (-17,7%).

O açúcar brasileiro foi o produto mais demandado (receita de US$ 2,87 bilhões, alta de 32,5% sobre 2019), seguido da carne de frango (US$ 1,99 bilhão, -11,7%), minério de ferro (US$ 1,40 bilhão, -22,3%), milho (US$ 1,12 bilhão, +3,1%) e carne bovina (US$ 968,03 milhões, -18,2%), destinados principalmente aos Emirados Árabes (comprou US$ 2 bilhões em 2020, redução de 8,7% sobre 2019), Arábia Saudita (US$ 1,89 bilhão, -6,7%) e Egito (US$ 1,75 bilhão, -4,0%).

Para o presidente da Câmara Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, o avanço de 16,2% no superávit junto aos árabes e o desempenho relevante das vendas a esses países em 2020 reforçam a importância estratégica da Liga Árabe para o setor produtivo brasileiro. Hannun destaca que, apesar da queda de 6,3% na receita total, a demanda no bloco seguiu firme ao longo do ano.

O executivo afirma que a queda deve ser analisada num contexto em que a demanda global por alimentos, principalmente o brasileiro, foi exacerbada pela pandemia. Esse cenário de competição fez, inclusive, com que os árabes pagassem pelos produtos brasileiros preços FOB (no porto) médios por tonelada ligeiramente maiores em relação a 2019.

No empenho de assegurar o acesso a alimentos, os árabes buscaram ativamente gêneros alimentícios pelo globo. No início da pandemia, o Egito, por exemplo, habilitou de uma vez 42 frigoríficos no Brasil na tentativa de aumentar o fluxo de proteína para o país.

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