Marvee aposta em solução de gestão financeira por assinatura e se prepara para um novo aporte
O foco da Marvee está nas pequenas empresas de serviços e o principal nicho são agências de publicidade e escritórios de arquitetura
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Manoel Victor Tomaz, natural de Blumenau e com 30 anos, é formado em Administração e fundador da Marvee, especializada em gestão e terceirização do departamento financeiro. Até chegar aqui, sua carreira passou por diversas experiências, inclusive empreendendo em áreas totalmente distintas.
O primeiro emprego foi aos 17 anos como auxiliar administrativo na área financeira até chegar ao cargo de coordenador financeiro.
“Era uma empresa familiar e eu tinha um cargo de confiança, cuidando de toda a gestão financeira do negócio. Minha formação tem habilitação em comércio exterior e como a empresa era uma importadora, também tive a oportunidade de vivenciar um pouco dessa rotina”, conta.
Logo depois, aos 22 anos, ele engatou um MBA em Gestão na Fundação Getúlio Vargas e deu seu primeiro passo no empreendedorismo.
“Essa empresa familiar tinha uma pequena indústria, que tinha sido desativada com a saída de um dos sócios. Na época eu fiz uma proposta para reativar a fábrica. Mais para frente, um dos clientes acabou comprando o negócio”, explica.
Uma vez que você prova o gosto de empreender, a sede por criar um negócio de valor, ter alinhamento da visão e atingir os objetivos é o principal combustível para o empreendedor.
E foi o caso do Manoel, que depois de passar pelo seu primeiro emprego, ter sido sócio de uma indústria, agora estava entrando num setor completamente diferente.
“Me tornei sócio de uma rede de restaurantes. O projeto era que eu seria responsável pelo administrativo e financeiro das unidades. Chegamos a ter 5 lojas, sendo 3 em Blumenau, 1 em Balneário Camboriú e 1 em Timbó. No entanto, em Balneário Camboriú tivemos muito prejuízo, sendo que as outras unidades que davam lucro cobriam os gastos lá”.
O negócio se estendeu por 2 anos e a loja da cidade mais cosmopolita de Santa Catarina foi vendida. Nesse meio tempo, ele foi convidado para prestar uma consultoria financeira para uma empresa do amigo, que era filho do dono da primeira empresa em que Manoel trabalhou.
“Nessa época eu senti que outros projetos não faziam mais sentido, inclusive essa rede de restaurantes que eu era sócio. No fim do dia não era algo que eu pensava para o resto da minha vida, profissional e pessoalmente. Com essa consultoria, eu vi um novo caminho. Sempre gostei muito da área financeira por trabalhar justamente com a abundância dos dados, podendo ser feita as análises e tomar decisões melhores a partir disso, impactando diversas áreas”, complementa.
Dali surgiu a semente do que é a Marvee hoje, com o Manoel fazendo consultoria para um amigo, que indicou para outro, e assim por diante.
“Teve uma vez que eu cheguei na empresa desse meu amigo e como de costume eu perguntava se ele havia cobrado os clientes, emitido notas fiscais etc… e ele me disse que não teve tempo, e aí que eu comecei a botar a mão na massa”.
Aí surgiu o produto de BPO, que é a terceirização financeira, mas chegou um momento que o gargalo de crescimento era grande. Então, a partir de março do ano passado, a empresa começou o processo de eliminar a consultoria da cartela de seus serviços e nesse mesmo período montaram um escritório no Centro de Inovação Blumenau (CIB), e começaram a entender mais o conceito de startup.
“Quando olhamos para isso, obviamente a consultoria não fazia sentido, porque era totalmente personalizada, e o BPO eu entendi que funcionaria apenas se eu identificasse um nicho de clientes no qual eu conseguisse gerar um produto em que a terceirização fosse escaláve. A principal proposta da Marvee em termos de solução, é ter a camada de serviço aliada ao seu próprio software de gestão financeira, ou seja, a mão na massa que o empreendedor não tem tempo para fazer mais a inteligência de dados necessária para a tomada de decisão”, destaca.
Sócios
Enquanto começava o negócio, sua noiva Daniele Guarez, que trabalhava em um tradicional banco na cidade. Como ele não estava mais dando conta de tudo, fez uma proposta para ela compor equipe. Ela passou a gerir o back-office.
A dinâmica era que Manoel ficasse na rua atendendo clientes e Daniele cuidando da gestão financeira em si. No entanto, desde o início desse ano, passou a ser gestora de gente e cultura da empresa
Dali a equipe foi crescendo, e um novo sócio passou a compor o quadro. Rodolfo Bloemer, que trabalhava na área comercial e depois teve uma experiência como empreendedor em um aplicativo de entregas, foi de consultor para sócio e atual responsável pela equipe de vendas da Marvee.
Próximos Passos
O foco da Marvee está nas pequenas empresas de serviços e o principal nicho são agências de publicidade e escritórios de arquitetura. Atualmente, são cerca de 130 clientes com projeção de pelo menos 250 até o fim do ano.
Agora no segundo semestre, a empresa também prepara o lançamento de um conta digital, que pode ser integrada ao software.
No ano passado, a Marvee foi avaliada em R$ 10 milhões, o que atraiu olhares (e capital) de investidores-anjos, ajudando a empresa a crescer ainda mais no mercado.
“O valor investido nos possibilitou acelerar algumas demandas, que não faríamos sem investimento”.
A ideia é que nos próximos meses uma nova rodada seja anunciada, com objetivo de levar a empresa para um novo patamar.
Ainda no radar de novidades, a empresa vai ocupar um espaço maior no CIB com a saída da Paytrack, que vai inaugurar uma nova sede nas próximas semanas, e está estruturando o modelo híbrido de trabalho para os colaboradores.
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