variante Delta

Em São Paulo, a variante Delta foi confirmada em 5 de julho, e mesmo após a sua chegada o estado teve uma queda de 54% de casos de COVID-19, os especialistas acreditam que a vacinação em massa possa estar contribuindo para a redução dos indicadores. A prefeitura da capital paulista, informou no início de setembro que a média de casos cai desde junho, cerca de 70% dos novos diagnósticos da doença já são de pessoas infectadas pela Delta. No Rio de Janeiro, de todos os casos de covid-19 confirmados, cerca de 90% são provocados pela Delta. A cidade chegou a enfrentar uma alta de novos casos em agosto, mas que diminuiu na última semana do mês. Os números nacionais também em queda. Entre 1º e 31 de agosto, a média diária de novos casos recuou 35%, fechando o mês em 23.143. Já a média de óbitos teve redução de 32% no período, com 667 registros em 31 de agosto. Isto ocorre em meio a flexibilizações das medidas restritivas de Norte a Sul do Brasil. O virologista José Eduardo Levi, chefe da unidade de biologia molecular da rede de saúde integrada Dasa e pesquisador do IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo) afirmou em uma reportagem para site R7 saúde, que o comportamento da variante Delta tem sido, de fato, diferente do que foi observado em outros locais. "A gente tem uma situação totalmente peculiar aqui no Brasil em relação ao aumento do número de casos. Se for olhar Israel, Estados Unidos e Reino Unido claramente estão vivendo uma terceira onda por Delta, caracterizada por um aumento grande do número de casos" relata Levi. Então o que pode estar acontecendo no Brasil? Não há nada comprovado cientificamente que explique esta queda abrupta de casos e o impacto diferente da variante Delta, porém se tem algumas suspeitas. Para o Virologista Levi relaciona a redução à incidência muito alta da variante Gama, variante descoberta em Manaus, em março/abril. Não se tem nada comprovado, porém a gama provocou uma resposta natural que pode fornecer uma proteção cruzada para Delta maior do que outras respostas naturais, por exemplo, para Alfa, lá no Reino Unido. A outra possibilidade acrescenta o virologista, envolve uma vacina não utilizada nos países citados: a CoronaVac. Levi ressalta que a CoronaVac, é a vacina mais utilizada no Brasil, diferente do que alguns dados empíricos sugeriram, eventualmente, tem uma proteção maior para Delta do que as vacinas de RNA mensageiro que foram usadas em Israel e nos Estados Unidos. O caso brasileiro não é o único. Na América do Sul, Chile, Colômbia e Peru, países que viveram picos de infecções neste ano, também não enfrentam alta de casos impulsionada pela variante Delta. O que chama atenção também é o Chile porque é um país que usou basicamente a CoronaVac. E tem duas variantes detectadas. Apesar de terem sido encontrados casos de Delta, ela não predominou. Eles têm a variante andina, que é a Lambda, e a variante colombiana, que é a Mu, já classificada como de interesse pela Organização Mundial da Saúde. Para Andrés Vecino, pesquisador em sistemas de saúde da Escola de Saúde Pública John Hopkins, nos Estados Unidos o especialista afirma que não é a primeira vez que ocorre uma diminuição de casos, que não podemos ficar tranquilos e sim atentos no que se diz o fim da pandemia. ‘’Algumas semanas depois, porém, surge uma nova onda de infecções que revela que o problema não estava resolvido, lembrando o que aconteceu na Índia, onde houve uma baixa importante nos casos, seguida de um grande aumento com o surgimento da variante Delta, afirma Vecino’’. Lembre-se Não deixe de se vacinar, vacinas salvam vidas! >> Siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.

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