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O Brasil perdeu um dos maiores nomes da literatura nacional. O escritor Luis Fernando Verissimo, conhecido por suas crônicas bem-humoradas, personagens inesquecíveis e crítica social afiada, morreu na madrugada deste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre. Ele estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento, após complicações causadas por uma grave pneumonia. O velório acontece a partir do meio-dia deste sábado, no salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no centro da capital gaúcha. Ainda não há informações sobre o sepultamento. O governador Eduardo Leite decretou três dias de luto oficial no estado. Trajetória marcada pelo humor e pela crítica Filho do escritor Érico Verissimo, Luis Fernando seguiu os passos do pai e se consolidou como um dos autores mais populares do país. Publicou mais de 80 livros, entre eles As Mentiras que os Homens Contam, Ed Mort e Outras Histórias, A Grande Mulher Nua e O Popular: Crônicas ou Coisa Parecida. O sucesso veio principalmente com as crônicas e contos. Em 1981, o lançamento de O Analista de Bagé marcou época: a primeira edição esgotou em apenas uma semana. Verissimo também criou personagens icônicos como Ed Mort e As Cobras, além de ver suas histórias ganharem espaço na televisão, com a adaptação Comédia da Vida Privada. Apesar do reconhecimento literário, o escritor sempre manteve uma postura modesta. Em entrevistas, dizia que só descobriu a vocação para a escrita já adulto, ao começar a trabalhar como jornalista no jornal Zero Hora, nos anos 1960. Multitalento e paixão pela música Ao longo da carreira, Verissimo transitou por diversas áreas: foi cartunista, tradutor, publicitário, revisor, roteirista, dramaturgo e romancista. Sua marca era unir humor e reflexão em narrativas que dialogavam diretamente com o cotidiano brasileiro. Além da literatura, cultivava uma paixão pela música e era saxofonista dedicado. Em uma de suas últimas entrevistas, aos 80 anos, disse que gostaria de ser lembrado não apenas por seus livros, mas também por um “blues de saxofone bem acabado”. Homenagens de artistas e autoridades A morte do escritor repercutiu em todo o país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou luto oficial de 3 dias em todo o país em sinal de pesar. O decreto foi publico em edição extra do Diário Oficial da União neste sábado (30). Lula ainda afirmou que Verissimo foi “dono de múltiplos talentos”, lembrando seu papel na defesa da democracia e na denúncia contra o autoritarismo. O escritor Itamar Vieira Júnior, autor de Torto Arado, também se manifestou: “Uma lágrima e muitas salvas, Mestre Luis Fernando Verissimo!”. Já o dramaturgo Walcyr Carrasco destacou: “Perdemos um dos grandes da nossa literatura. Um gigante que fez da simplicidade a sua genialidade”. Família e legado Luis Fernando Verissimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, e três filhos: Pedro, Fernanda e Mariana. Nos últimos anos, enfrentava problemas de saúde, incluindo mal de Parkinson, complicações cardíacas e um AVC em 2021, que o levou a colocar um marca-passo no coração em 2022. Com seu humor refinado e olhar crítico, Verissimo eternizou histórias e personagens que seguem vivos no imaginário brasileiro. Como ele próprio disse certa vez: “Gostaria de ser lembrado pela minha obra, se é que posso chamar assim. Mas, talvez, também por um solo de saxofone”. *Com informações de Agência Brasil. >> Para mais notícias, siga o SCC10 no Instagram, Threads, Twitter e Facebook.

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