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Investigação

VÍDEO: Donos de escola em SP são denunciados por tortura contra alunos

Criança amarrada em pau, pressões psicológicas e humilhações estão entre as denúncias gravadas em vídeo

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

A Polícia Civil pediu a prisão temporária dos donos de uma escola infantil particular, no Cambuci, região central de São Paulo, por suspeita de tortura contra os alunos. Pais e responsáveis, assim como professoras, denunciaram que os alunos passavam por humilhação e agressões. Uma foto mostra uma criança amarrada em um pedaço de madeira no pátio da instituição.

Segundo uma jovem de 18 anos, que já foi professora do colégio, crianças eram trancadas dentro de salas como castigo com frequência. Ela gravou um vídeo que mostra uma bebê, de 1 ano e 6 meses, sendo obrigada a guardar os brinquedos. Na gravação, é possível ver a dona da escola sentada em uma cadeira, dizendo para a criança ajoelhada um pouco a frente, junto aos brinquedos e chorando: “Pode ficar do jeito que eu te coloquei, até guardar, pode olhar pra quem você quiser, ninguém vai te socorrer, guarda!”.

Alunos também eram humilhados na frente de outras crianças. “E hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e vou gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai, ou sei lá quem vir te buscar, eu vou pegar e colocar aqui a resposta do seu filho pra mim. Assim eu provo que louco aqui é você, não eu”, disse uma das professoras para uma criança.

Polícia Civil vê indícios de tortura

Depois de ouvir 14 testemunhas, os investigadores entenderam que os alunos foram torturados. 

“Eu fui absorvendo, fui buscando elementos, indícios que me convecessem que aquilo era tortura. Acabei sendo convencido e coloquei isso no processo. O promotor também entendeu que era tortura e encaminhou para uma vara especializada”, afirmou Fábio Daré, delegado responsável pelo caso.

Vizinhos se assustavam com choros

Uma senhora, que preferiu não se identificar, contou ao SBT que ouvia de casa, quase todos os dias, alunos chorando. “[Um dia] eu fui até lá e vi uma menininha chorando em um quarto, sozinha. Eu perguntava “O que ela tem?”, e o homem [que estava responsável por ela] na escola me respondeu “Ela quer a mãe dela”. Mas não era, ela tava sozinha, fechada naquele quartinho.”, disse.

Escola funcionava de maneira irregular

O centro educacional funcionava de maneira irregular, como CNPJ inapto e o cadastro do colégio está inapto desde 2021, por omissão de declarações a Receita Federal. Além disso, a instituição contratava menores de idade para lecionar.

A advogada de defesa do casal de proprietários da escola disse, nesta sexta-feira (23), que o casal irá se apresentar, mas não disse quando. “Se sair a prisão [do casal], vou ouvi-los somente depois de serem presos. Antes, não”, disse Daré.

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