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CONSTERNAÇÃO

Veja o que se sabe sobre o dentista de SC encontrado morto em cela

Na manhã de sábado (19), o dentista foi encontrado morto dentro de uma cela

• Atualizado

Rubens Felipe

Por Rubens Felipe

Dentista que morreu em cela em SC não havia ingerido álcool, aponta exame | Foto: Redes sociais/Reprodução
Dentista que morreu em cela em SC não havia ingerido álcool, aponta exame | Foto: Redes sociais/Reprodução

A morte do dentista e servidor público do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SC), Cezar Maurício Ferreira, em uma cela da Central de Polícia Civil de São José, na Grande Florianópolis, gerou repercussão estadual e questionamentos sobre a verdadeira circunstância do trágico fim da vítima.

A Polícia Militar (PM), por meio de relato do atendente, diz que Cezar se envolveu em um acidente de trânsito. Na ocorrência, ele estaria incomunicável e não teria conseguido realizar o teste de etilômetro, sendo constatado pela guarnição que ele “estava aparentemente embriagado”.

Já no relato da Polícia Civil (PC), o atendente disse que a vítima não aceitou a comida oferecida, apenas um travesseiro e o cobertor. Na noite de sexta-feira (18), um dos policiais afirmou que esteve por duas vezes no local para verificar se Cezar e o companheiro de cela estavam bem, onde ambos disseram que sim.

Na manhã de sábado (19), o dentista foi encontrado morto dentro da cela. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a veracidade da morte.

O que diz a defesa de Cezar?

Ao SCC, o advogado Wilson Knoner Campos disse que: “a família procura entender as circunstâncias dessa morte que, sem sombra de dúvida, era totalmente evitável. E entender o óbvio, ‘como que alguém que estava numa clara situação de infarto e com todos os sinais indicativos disso recebe um tratamento de um criminoso, ao invés de ser levado por uma ambulância para o hospital?'”

Ainda em entrevista, Knoner diz a família está consternada com os fatos que foram expostos e que o dentista não fazia o uso de bebidas alcoólicas por questões de saúde e religiosas. “Havia recomendação médica de alguns cuidados por conta da cardiopatia. Tinha marca passo, tomava os seus cuidados e fazia os seus exames com regularidade”, falou.

O advogado conta ainda que nem os direitos de um detento foram cumpridos. “A família só soube da morte por terceiros. O direito de ser informado do que está sendo acusado, o direito de não produzir prova contra si e principalmente o direito de chamar um advogado e comunicar um familiar seu de que ele está numa delegacia, não foram cumpridos”, exclamou.

Entidades se manifestam sobre o caso

Por nota, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SC) disse que “a partida inesperada causa profunda consternação entre colegas e amigos, que destacam seu compromisso com o serviço público e sua conduta ética e respeitosa no ambiente de trabalho.” O órgão diz ainda que “vai acompanhar o caso atentamente, confiando que os órgãos competentes conduzirão a apuração dos fatos com a devida celeridade e rigor, para que sejam esclarecidas todas as responsabilidades.”

Já o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) disse que é “imprescindível a apuração para verificar eventual omissão ou negligência por parte dos agentes públicos, bem como que se esclareça se os sinais vistos como embriaguez eram, na verdade, ‘sintomas de quadro patológico’ que culminou no falecimento do conduzido.”

Por fim, o Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrajust) lamentou a morte do dentista e informou que fará um Ato com Velas convidando as instituições, entidades e mandatos de vereadores e deputados estaduais e federais para “exigir apuração rigorosa, rápida e transparente das circunstâncias da morte de Cezar Mauricio Ferreira”. O ato acontecerá no dia 25 de julho, próxima sexta-feira, às 18h30, na frente da Central de Polícia Civil de São José, onde a vítima morreu.

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