Veja o que diz professor agredido e ameaçado de morte por pai de aluno em SC
O professor relata que sempre teve uma boa relação com os alunos
• Atualizado
O professor de Artes da E.E.B de Muquém, no bairro São João do Rio Vermelho, em Florianópolis, agredido e ameaçado de morte pelo pai de um aluno, concedeu entrevista para a equipe de reportagem do SCC, nesta quinta-feira (26). Entre golpes no rosto e gritos de socorro, o docente conta os momentos da agressão.
Ele conta que na troca de turno, estava na frente da escola, quando foi abordado pelo pai de um dos alunos: “Nesse momento eu fui abordado por um pai, que não se identificou como pai, ele disse que era tio de um estudante. Ele perguntou se eu era o professor de Artes da escola e eu disse que sim”, relata. O professor então convidou o homem a entrar na escola e, segundo ele, o agressor teria negado e disse que o ‘assunto seria fora da escola’.
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O professo relata que o homem disse que não se identificaria e começou a dizer: “Meu sobrinho chegou ontem em casa relatando um caso de abuso a seu respeito. Você passou o órgão genital nas costas dele e ele está apavorado com isso! Agora o assunto é contigo!” O mestre disse que retrucou, dizendo que o fato contado era um absurdo e que não seria verdade, o convidou para entrar na escola, momento em que foi golpeado pela primeira vez.
Ele conta ainda que tentou correr, mas foi golpeado mais uma vez, onde caiu no chão. Neste momento, o professor foi golpeado com socos e pontapés. “Gritei por socorro, levantei e corri em direção à escola. Um grupo de estudantes tentou correr atrás do agressor, mas ele fugiu para a casa.”
À comunicadora Gabriela Mariotto, o professor relata que tem uma boa relação com os alunos. “Quando eu chego na sala de aula, na escola, quando eles passam por mim ali na frente, todos vêm me cumprimentar, dão bom dia, boa tarde, vem me dar abraço, então, há um carinho por quase todos os alunos.”
Sobre a agressão sofrida, o professor acredita que é por conta das frente que ele carrega consigo, como ensino justo e democrático. Segundo ele, alguns pais (incluindo o tio que o agrediu) estão mobilizados para tornar a escola em ‘cívico-militar’. O docente atrela ainda ao fato dele ser homossexual, pois não esconde quem é, além de divergência ideológica política e divergência ideológica social.
Com relação à criança, o professor diz que nunca teve nenhuma divergência e que o menor em questão sempre desenvolveu as atividades de forma correta. “Me entristece muito essa acusação inverídica”, diz.
Ainda em entrevista, o professor clama por justiça e diz que irá até o fim para que as pessoas envolvidas sejam responsabilizadas. “A única coisa que eu quero é justiça, paz e que as mentiras sejam desfeitas”, comenta.
Professor agredido por pai de aluno foi afastado
Segundo o docente, ele foi afastado da escola por 60 dias, com salário garantido. Ele comenta ainda que a secretária de educação do estado, Luciane Ceretta, prestando solidariedade e apoio. “Como professor da gestão dela, ela disse que todas as investigações vão ser feitas e que eu teria a minha justiça como um princípio da construção da Secretaria Estadual de Educação”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com a defesa do agressor. O relato será publicado na sequência e a matéria atual será atualizada.
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