Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso em Santa Catarina
Polícia Federal investiga uso da máquina pública para intervir nas eleições de 2022
• Atualizado
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (09), em Florianópolis, em uma operação que investiga o uso da máquina pública para intervir nas eleições de 2022. Segundo informado pela Polícia Federal, ele deverá ser levado para Brasília.
Ao todo, são cumpridos 10 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
De acordo com os agentes, foi constatado que integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022 – quando foi realizado o segundo turno das eleições presidenciais. A suspeita é que o plano tenha sido planejado desde o início de outubro.
“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”, informou a PF.
Silvinei Vasques foi o primeiro convocado para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do 8 de janeiro. Durante depoimento, o ex-diretor da PRF negou as acusações de ter usado a instituição para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa.
“Se falou muito que a PRF, no segundo turno da eleição, direcionou a sua fiscalização pro Nordeste brasileiro, mas isso não é verdade. Não existe, até o presente momento, qualquer registro de que um cidadão brasileiro, apenas um, que deixou de votar no dia 30 de outubro pelo um trabalho de fiscalização da PRF”, disse Vasques.
Confira a nota da Coordenação-Geral de Comunicação da PRF em Brasília
Por: Redação do Portal SCC10
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que está acompanhando a Operação Constituição Cidadã, que resultou na prisão do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, ocorrida na manhã desta quarta-feira (09), em Florianópolis (SC), e no cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), determinados pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Quem está acompanhando a operação é o Corregedor-Geral da PRF, Vinícius Behrmann, desde o início da manhã, na Sede da Polícia Federal, em Brasília.
“A PRF colabora com as autoridades que investigam as denúncias de interferência do ex-diretor-geral no segundo turno das eleições para a Presidência da República, em 30 de outubro de 2022, com o fornecimento de dados referentes ao trabalho da instituição, como o número de veículos fiscalizados e multas aplicadas nas rodovias federais”.
Também informaram que, paralelamente às investigações no STF, foram abertos três processos administrativos disciplinares, no âmbito da PRF, para apurar a conduta do ex-diretor-geral. Os procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão com competência para apurar a conduta do ex-diretor-geral da PRF.
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