EXCLUSIVO! “Quero que a Justiça seja feita”, diz pai ao se entregar à polícia após sequestrar a filha; veja vídeo

Anderson Rafael Hasse se entregou à polícia na noite desta quinta-feira (20), após sequestrar a filha por 15 dias. O sequestro ocorreu em Blumenau (SC) e ele se entregou no Rio de Janeiro (RJ). O caso que mobilizou a polícia, a população e a imprensa de Santa Catarina e no Brasil, segue cheio de reviravoltas e acusações. Veja o que ele disse:

? "Quero que a Justiça seja feita", diz pai ao se entregar à polícia após sequestrar a filha.

Vídeo: Marcello Dórea/SBT. pic.twitter.com/q0hymCkFkL

— Portal SCC10 (@portal_scc10) March 21, 2025

Ao se entregar, Anderson afirmou que “espera que a Justiça seja feita” e voltou a alegar que a filha, de 8 anos, foi abusada pelo avô materno e que isso teria motivado a fuga. “Espero que eles escutem a minha filha e entendam tudo o que está acontecendo. Aqui só tem um pai desesperado, apenas isso. Minha filha foi abusada pelo avô desde os três anos de idade, ela tinha pavor de chegar perto da mãe dela. Ela falou isso dentro do Conselho Tutelar, ela falou na escola, a gente levou isso para a polícia. A gente levou isso para dentro do processo e ninguém escuta a gente. A gente tentou de tudo quanto é jeito pedir socorro para todo mundo e ninguém escutou. Aí agora um pai desesperado comete uma besteira dessa. Fiz errado? Eu sei que eu fiz. Com toda a certeza eu fiz errado“, afirmou Anderson em entrevista ao SCC SBT.

Saiba mais sobre o caso: Desaparecimento de Bianca: polícia aponta que pai planejou fuga com filha de 8 anos por meses

Delegado questiona acusação de abuso

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Bruno Fernando, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCAMI), a denúncia do pai sobre um suposto abuso cometido pelo avô da criança não interfere no inquérito que investiga o desaparecimento da menina. Ele explicou que a apuração dessa denúncia já está com o Poder Judiciário e que, em breve, a criança passará por um depoimento especial, medida que evita sua revitimização.

“O que causa estranheza é o fato de Anderson ter registrado o Boletim de Ocorrência apenas em 12 de junho do ano passado, alegando que os abusos ocorriam desde que a menina tinha três anos. Por que demorou tanto para trazer essa informação à tona? E mais: ele só fez essa alegação depois de perder a guarda”, pontuou o delegado.

Segundo Bruno Fernando, Anderson tinha a guarda da filha e vinha cometendo atos de alienação parental, o que levou o juiz da Vara da Família a transferir a guarda para a mãe, Mariane. “Precisamos ter cuidado com essas declarações. Trata-se de uma acusação grave, que está sendo devidamente apurada, e devemos aguardar o trâmite legal para que o Poder Judiciário chegue a uma decisão”, afirmou.

Anderson segue preso no Rio de Janeiro

Sobre a entrega de Anderson à polícia no Rio de Janeiro, o delegado informou que já manteve contato com a Polícia Civil carioca, que o notificou sobre a apresentação do investigado. “Ainda não tratamos do depoimento, pois ele será interrogado oficialmente pela Polícia Civil de Blumenau dentro do prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito. Faremos o pedido de recambiamento dele para cá, onde terá a oportunidade de prestar esclarecimentos”, disse.

“Anderson se entregou no 11º Distrito Policial da Rocinha, no Rio de Janeiro. Não há informações sobre o local onde estava homiziado com a filha”, revelou a Polícia Civil em nota oficial.

Acusações mudam se o caso de abuso se confirmar?

O delegado reforçou que as acusações contra Anderson incluem sequestro, cárcere privado e desobediência. “Vamos analisar toda a situação, desde o dia 1º até agora, e verificar se a criança não foi vítima de outro crime por parte do pai. O que precisa ficar claro para a população é que, independentemente da veracidade da denúncia de abuso, isso não muda o fato de que Anderson descumpriu uma decisão judicial ao sequestrar a filha e impedir seu convívio com a mãe”, ressaltou.

Nota Oficial do Creas sobre a denúncia de Anderson:

A família está sendo acompanhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) desde 2021. O Creas é o serviço que oferece apoio, orientação e acompanhamento a famílias e indivíduos em situação de possível violação de direitos.

Por envolver menor de idade, o processo fica em segredo de justiça na Vara da Família e, por isso, detalhes sobre o atendimento não podem ser compartilhados. É bom reforçar também que todas as decisões que permeiam a situação são judiciais, inclusive sobre a inserção da família no serviço do Creas.

Na manhã desta sexta-feira, dia 21, o prefeito Egidio Ferrari recebeu a delegada regional Juliana Tridapalli e novamente colocou a estrutura da Prefeitura para auxiliar o caso no que for preciso.

Mãe está no Rio de Janeiro para ver a filha

Coforme nota da Polícia Civil, Mariane, mãe da menina, já está no Rio de Janeiro para ver a filha e traze-la de volta para casa.

Ao SBT, Mariane afirmou que Anderson era carinhoso com a criança e que ela gostava muito dele. No entanto, após a separação ele passou a inventar histórias como a do abuso.

O que dever acontecer agora?

Conforme a polícia, Anderson passará por audiência de custódia e, posteriormente, aguardará a determinação judicial sobre seu recambiamento ao estado de Santa Catarina, procedimento que será realizado pela Polícia Penal.

O inquérito policial, que apura os crimes de sequestro e cárcere privado e desobediência, deve ser concluído no prazo de 30 dias.

Assista a matéria completa do SCC Meio-Dia sobre o caso:

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