Quem era o motoboy que morreu atropelado por motorista de Porsche
Jovem voltava de moto da casa da irmã quando foi atingido por uma Porsche
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Na madrugada de segunda-feira (19), Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, voltava de moto da casa da irmã quando foi atropelado por uma Porsche e morreu na hora. O caso ocorreu na Avenida Interlagos, na zona sul de São Paulo.
Pedro Kaique era motoboy e entregava comida por serviços de aplicativo e deixou um filho de três anos e a viúva, com quem havia casado em janeiro deste ano. Conforme a família, o jovem trabalhava seis dias por semana.
Quando ele não estava fazendo entregas de moto, ajudava o pai, Alex Lúcio Figueiredo, em serviços de van escolar. Pedro Kaique tinha o sonho de comprar a casa própria com a mulher.
O motorista da Porsche foi identificado como o empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos. A namorada dele, Marielle Aparecida de Oliveira Campos, também estava no carro e, com a colisão, machucou as mãos. O SBT Interior não conseguiu localizar a defesa do empresário.
De acordo com o boletim de ocorrência, Sauceda falou aos policiais que jovem passou de moto junto à Porsche e chutou o retrovisor esquerdo do veículo. O empresário disse que seguiu o motociclista na avenida quando a vítima trocou de faixa de forma abrupta e foi atingido pelo carro.
Sauceda disse à PM que tentou desviar, porém a moto e sua Porsche bateram em um poste e nas árvores próximas à rua. O dono do carro fala, no boletim de ocorrência, não saber o motivo que fez o motociclista golpear o seu retrovisor.
O motorista fez o teste do bafômetro, que não identificou embriaguez.
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‘A vida do meu filho não vai voltar’
“A folga do meu filho era ontem (domingo) e ele estava junto da irmã (a auxiliar de compras Jenifer Ventura Figueiredo, de 23 anos) passando, porque eles quase não se veem. Ela trabalha de segunda a sexta. Ele só tem uma folga na semana”, narrou o pai, o motorista Alex Lúcio Figueiredo, de 45 anos.
“Era difícil de se verem. Quando ele tem o final de semana, ele vai para lá (na casa da irmã no Jardim Consórcio, na Avenida Interlagos) para passarem mais tempo. Ele ainda passou passou lá em casa e falou comigo”, acrescentou. “Era um menino cheio de sonhos.”
Alex Lúcio conta que a motocicleta estava em dia, reforçando que o filho era muito responsável. “Ele não é um vagabundo, não é um ‘jogado’ que não tem condição”, afirmou.
Na porta do 48º DP (Cidade Dutra), onde a ocorrência foi registrada, a família do entregador cobra justiça. “Como ele não teve a intenção de matar? Então a intenção de matar é quando?”, questiona Alex Lúcio, que tentou agredir o condutor da Porsche quando ele era transferido de sala e machucou o ombro. “A vida do meu filho não vai voltar.”
Conforme a Secretaria da Segurança Pública, a autoridade policial do 48° DP, após colher depoimentos e analisar imagens de câmeras de segurança, autuou o motorista da Porsche por homicídio doloso (com dolo eventual – quando há intenção de matar). O homem responderá em liberdade.
Com informações de SBT Interior
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