Profissional é denunciada por causar necrose e deformidades em cliente após procedimentos estéticos ilegais em SC
Ministério Público aponta riscos à saúde e pede indenização mínima de R$ 50 mil à vítima
• Atualizado
O que deveria ser um simples tratamento estético acabou se transformando em um grave caso de saúde pública em Jaraguá do Sul. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu denúncia contra uma mulher que teria realizado procedimentos estéticos ilegais em duas clínicas da cidade, entre maio e julho de 2025. A acusada se apresentava falsamente como técnica em estética avançada e oferecia aplicações intradérmicas de substâncias lipolíticas um procedimento restrito a profissionais da saúde.
De acordo com a denúncia ajuizada pela 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jaraguá do Sul, a principal vítima teria sofrido complicações severas após a aplicação de “enzimas Smart Booster” por meio de uma caneta pressurizada, equipamento de uso exclusivo médico. O produto utilizado, destinado apenas à aplicação externa, teria sido injetado de forma inadequada, resultando em necrose extensa nos glúteos, deformidade permanente e incapacidade laboral.
A investigação também aponta que os procedimentos eram realizados em ambiente insalubre, sem condições mínimas de higiene e sem documentação obrigatória, como ficha de anamnese e termo de consentimento. A fiscalização sanitária teria constatado ainda descumprimento de normas básicas, aumentando o risco à saúde dos consumidores.
A denúncia abrange crimes de estelionato, lesão corporal gravíssima, exercício ilegal da medicina, desobediência, perigo para a vida ou saúde de outrem e infrações ao Código de Defesa do Consumidor. Segundo o Promotor de Justiça Felipe de Oliveira Neiva, responsável pelo caso, os fatos revelam “práticas que não apenas violaram normas sanitárias e consumeristas, mas também causaram danos irreversíveis à integridade física de uma pessoa. É imprescindível que haja responsabilização para prevenir novos casos e proteger a saúde pública”.
Além da responsabilização criminal, o MPSC solicitou que a acusada seja condenada ao pagamento de uma indenização mínima de R$ 50 mil pelos danos morais e estéticos causados à vítima. O processo seguirá tramitando na Justiça.
Leia Mais
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Instagram, Threads, Twitter e Facebook.
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO