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Operação Mensageiro

Prefeito e ex-secretários de Lages viram réus na Operação Mensageiro

5ª Câmara Criminal do TJSC aceitou denúncia

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na tarde desta quinta-feira (11), o prefeito de Lages, Antonio Ceron (PSD), e os ex-secretários Antônio Cesar Arruda e Eroni Delfes Rodrigues, se tornaram réus no processo envolvendo a Operação Mensageiro. A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O caso é considerado o maior esquema de corrupção do Estado, segundo o Ministério Público estadual.

A Operação Mensageiro apura fraudes em licitações, casos de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta de lixo. A investigação, realizada pelo Gaeco e Geac, aponta que o esquema criminoso causou prejuízo de cerca de R$ 430 milhões aos cofres municipais.

O prefeito do município está em prisão domiciliar desde o dia 15 de fevereiro, já os ex-secretários Arruda, de Administração e Fazenda, e Delfes, de Serviços Públicos e Meio Ambiente, estão em prisão preventiva. Ambos estão sendo investigados por corrupção passiva e organização criminosa.

Prefeito de Lages teria recebido propina adiantada de R$ 300 mil por ‘medo’ de investigação

Por Carolina Sott

Há a suspeita que o prefeito de Lages, Antônio Ceron (PSD), teria recebido propina adiantada de R$ 300 mil por desconfiança e receio da investigação. A informação consta na decisão judicial do STJ, que negou a liberdade para o ex-secretário de Meio Ambiente de Lages, Eroni Delfes Rodrigues.

O documento, assinado pelo desembargador designado ao STJ e relator da Mensageiro, Jesuíno Rissato, destaca que a propina paga pela empresa Serrana Engenharia nos últimos dois anos ao prefeito preso preventivamente, Ceron, e aos secretários municipais foi de, ao menos, R$ 2 milhões nos serviços de lixo e iluminação pública.

Somente em um único contrato, “haveria sido negociado um ‘bônus’ de R$ 800 mil por parte do Grupo Serrana ao prefeito de Lages, caso não tivesse havido percalços legais no certame público”. As informações assinadas por Rissato foram usadas pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, no TJ-SC, na decisão da prisão dos investigados na segunda fase da operação Mensageiro.

O que dizem as defesas dos réus

Por meio de nota, a defesa de Antônio Ceron falou que “não há absolutamente nada que, minimamente, ligue o prefeito Antônio Ceron aos fatos criminosos ora sob investigação”. Ainda foi declarado que “a acusação contra o prefeito Antônio Ceron baseou-se em mera ilações e conjecturas que não se conectam com os atos ilícitos aos demais acusados na peça acusatória”.

A defesa insiste que no caso dos autos, constata-se que a absoluta falta justa causa para a ação penal, pois não há indícios mínimos de autoria e materialidade da suposta prática dos crimes imputados ao Requerido e toda a denúncia foi baseada, de forma exclusiva e equivocada (equivocada, uma vez que o nome do Requerido sequer é mencionado), na palavra dos colaboradores.

Defesa de Antônio Ceron

Já a defesa de Antônio César Alves de Arruda e Eroni Delfes Rodrigues informou que os argumentos apresentados não foram acatados pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Em razão do recebimento da denúncia, a defesa continuará adotando os meios processuais cabíveis para provar a inocência de seus clientes.

Confira a nota na íntegra:

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