Pais de Jonatas, menino com Ame, são presos em Joinville
As prisões foram feitas pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami)
• Atualizado
Os pais de Jonatas Openkoski, conhecidos pela campanha AME JONATAS, foram presos nesta quarta-feira (22), em Joinville. O casal estava foragido desde a condenação por estelionato e apropriação em 2022. Segundo a Justiça, o casal se apropriou indevidamente dos recursos destinados ao tratamento da criança para fins pessoais.
Os pais teriam fugido de Balneário Camboriú e estavam escondidos num imóvel no bairro Morro do Meio. Jonatas faleceu em 2022, quando sofreu uma parada cardíaca. Em um vídeo, o advogado do casal alegou que os dois foram conduzidos para audiência de custódia nesta quarta-feira (22). Confira:
Durante os seus cinco anos de vida, o menino tratou de uma doença rara, a Atrofia Muscular Espinhal (AME). As investigações da Campanha “Ame Jonatas” iniciaram em 2018, por um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
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Condenação dos pais de Jonatas
Os pais do menino Jonatas, diagnosticado em 2017 com Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram condenados a 70 anos de prisão por estelionato e apropriação em Joinville. De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, o casal teria utilizado o dinheiro destinado ao tratamento do menino para fins pessoais.
O casal também foi condenado ao pagamento das custas processuais e a indenização no valor de R$ 178.176,25, que seria destinado a Jonatas e a uma entidade social que atua nos cuidados e tratamentos de crianças com AME.
Campanha “Ame Jonatas”
A campanha “Ame Jonatas” foi criada pelos réus com o objetivo de arrecadar fundos para o tratamento do filho, diagnosticado como portador da doença do tipo 01. O procedimento para ele indicado era a vacina Spinraza, que custava cerca de R$ 3 milhões.
De acordo com o Ministério Público, a campanha mobilizou Joinville e teve alcance nacional e até internacional. Porém, os pais da criança utilizaram parte do valor arrecadado para compra de serviços e bens de uso pessoal.
O casal também possuía uma rede de venda de camisetas vinculada à campanha, que seria revertida para tratamento de Jonatas. Porém, a quantia levantada pela empresa não justificava os gastos dos réus.
O pai da vítima foi condenado a 44 anos e 29 dias de reclusão, em regime fechado, além de multa. Já a mãe de Jonatas foi condenada a 26 anos, 11 meses e 13 dias de reclusão, em regime fechado, além de multa. Foi concedido aos réus o direito de recorrer em liberdade.
O juiz Paulo Eduardo Farah também determinou que os objetos de uso pessoal deverão ser leiloados ou doados para entidades beneficentes de Joinville. “Os bens de alto valor financeiro ou social como, por exemplo, as camisetas e instrumentos musicais fornecidos à campanha por atletas e artistas famosos, deverão obrigatoriamente ser repassados para outras campanhas públicas assistenciais”, apontou o magistrado.
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