‘Não bebia porque é cardíaco’, diz defesa de dentista encontrado morto em cela

O caso do dentista e funcionário público Cezar Maurício Ferreira, encontrado morto dentro da cela da Central de Polícia Civil de São José, na Grande Florianópolis, segue repercutindo. Em áudio encaminhado para a equipe de reportagem do SCC, a defesa contesta a versão da polícia.

Segundo a defesa, Cezar teria passado na padaria que sempre frequentava, feito um lanche, pagado a conta e saído do local. Wilson Knoner Campos, advogado da família, reiterou que no local não são vendidas bebidas alcoólicas.

Knoner comenta sobre o acidente e a versão apontada pela Polícia Militar (PM). “Supostamente o Cezar não conseguiu fazer o teste do bafômetro, e aí a polícia teria constatado a embriaguez por outras formas, por um protocolo deles que é basicamente olhar a pessoa e avaliar”.

A defesa relata ainda que a família foi avisada da morte do dentista por terceiros.

‘Não bebia porque é cardíaco’, diz defesa de dentista encontrado morto em cela

O advogado relata ainda que a versão apresentada de que Cezar estaria embriagado, não procede. “A questão da bebida é improcedente, o Cezar não bebia, pois era cardíaco e membro da igreja. Então, em resumo, onde a Polícia Militar entende isso é um sinal de embriaguez, já que se tratava na verdade de nítidos sinais de um infarto”, questiona.

Ele finaliza dizendo: “ocorreu uma sucessão de erros na condução dele para a delegacia, quando na verdade ele precisava de uma ambulância para ir ao hospital”.

Entenda o caso

Segundo a Polícia Militar (PM), um homem acionou a guarnição para uma ocorrência de acidente de trânsito, onde um veículo teria batido na traseira de outro carro. No local, os policiais tentaram contato verbal com Cezar, “porém o mesmo não conseguia responder por estar aparentemente embriagado”, sendo oferecido o etilômetro mas o homem não conseguiu fazer.

O veículo do dentista foi encaminhado para o pátio, já que, segundo a PM, estaria com o licenciamento vencido. Já o homem foi levado para a Central de Polícia Militar de São José.

Ao ser conduzido para a cela, Cezar não aceitou a comida e água oferecidas pelos policiais. “Recebeu uma coberta e um travesseiro e foi dormir”, disse a guarnição.

Foi informado ainda que por duas vezes foram na cela e questionaram se estava tudo bem, sendo afirmado por ambos. Na manhã de sábado (19), Cezar foi encontrado caído no chão, gelado e sem sinais de vida.

“Acionamos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que constatou a morte do detento”, afirmou a polícia.

A Polícia Civil (PC), por meio de nota disse estar apurando o caso com urgência máxima.

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