Mulheres relatam tentativa de intoxicação com gás em carro de app
Passageiras relataram sonolência e dormência no rosto após sentirem cheiro estranho no veículo
• Atualizado
Mulheres denunciam um novo golpe que está sendo aplicado por motoristas de transporte por aplicativo. Todas elas relatam ter passado mal, durante a viagem, depois de inalar algum tipo de gás tóxico, ainda não identificado.
A jovem de 19 anos, que prefere não ser identificada, conta ter sido vítima de um motorista de aplicativo, nesta quinta-feira (2), em Goiânia. Em uma atitude extrema, ela se atirou do carro para salvar a própria vida. “Eu pensava que, se eu não pulasse, ia acontecer o pior. Eu rolei, aí tinha dois carros atrás do que eu estava. Aí, eles pararam e me ajudaram”, ela conta.
O motorista fugiu em seguida. “Ele olhou para o que estava acontecendo, e depois continuou o trajeto. E estas pessoas me colocaram no carro, e me prestaram os socorros”, ela acrescenta.
A jovem desconfia que foi intoxicada.
“Eu acho que ele soltou alguma substância, tipo um pózinho ou um gás, mas, eu não senti cheiro de nada. Só que, o olho dele, estava muito vermelho. Eu pensei que ele ia fazer alguma coisa comigo, e eu não iria conseguir sobreviver, né? Porque eu comecei a sentir falta de ar, a garganta secou e, a todo momento, ele olhava para mim e não fazia nada”, relata a vítima.
Além desse caso em Goiás, outros já foram relatados. A polícia orienta sobre a importância de registrar a ocorrência. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirma denúncias ainda em andamento.
Uma outra vítima, que também prefere não ser identificada, conta que sentiu os mesmos sintomas, e que ouviu a seguinte explicação.
“Ele falou: ‘Não, moça’. Sem eu perguntar nada. ‘Isso que você está sentindo é o cheiro do perfume do carro’. O formigamento começou a ficar mais intenso, e a minha boca também, meus lábios, minha língua começaram a ficar doentes”, ela lembra. Quando o carro parou no sinal vermelho, a jovem também fugiu.
O presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo, Eduardo Lima de Souza, diz não acreditar que esta seja uma ação planejada. “Eu não consigo acreditar é que um motorista, quando ele sai para a rua, ele sai para trabalhar, ele não consegue prever quem vai entrar no carro dele”, argumenta o representante da categoria.
O especialista em segurança, coronel Roberto Alves, por sua vez, orienta como se proteger em situações como essa. “Sente sempre atrás do motorista. A vítima tira esse alcance dele, e ele já fica inseguro. Observe o olhar, faça uma ligação com o marido, um amigo, como se ele estivesse acompanhando. Isso também inibe a ação”, explica o especialista.
A Uber informou que colabora com as autoridades e que, até agora, apenas um caso, no interior do Rio Grande do Sul, teve o inquérito encerrado por falta de provas.
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