Mulher trans é agredida a marteladas por três homens no RS
Vítima foi insultada em academia e atacada o meio da rua
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Uma mulher trans de 25 anos foi alvo de intolerância e violência em Esteio, cidade na Grande Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A vítima foi insultada dentro de uma academia e agredida a golpes de martelo no meio da rua por três homens.
Nicoly Nunes sofreu ofensas verbais na academia, foi seguida pelos agressores e atacada no lado de fora. A mulher sofreu ferimentos nas costas e levou três pontos na cabeça. O trauma, porém, persiste. “Eu já tinha me curado de uma síndrome de pânico que eu tinha e agora essa síndrome do pânico voltou com tudo. Sinto medo de sair na rua sozinha, de ir pra lugares onde eu costumava ir tranquilamente eu já não vou mais”, relatou.
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Após um mês de investigação, os agressores foram presos ao longo do mês de abril e o inquérito, concluído. O crime foi gravado por câmeras de segurança. Nas imagens, Nicoly foi puxada pela camiseta e agredida com vários golpes de martelo nas costas.
Enquanto era agredida pelos criminosos, outro homem acertou um soco no rosto dela. Um terceiro surge correndo e dá uma voadora na vítima. Foram mais marteladas até que Nicoly conseguisse escapar. Os agressores fugiram após testemunhas chamarem a polícia.
Dentro da academia, Nicoly contou que estava com uma amiga e começou a ser xingada por um desconhecido, chamando-a de “nojenta”, “veado”, e que iria “quebrar a cara dele”. Entre as ameaças, de morte. Ao ser alertado de que chamaria a polícia pelo crime de homofobia, o criminoso disse que “?cagueta? acabava com a boca cheia de formiga”, segundo a vítima. As duas saíram da academia e foram perseguidas.
“Eu achei que eles iam matar ela, achei mesmo. Eu fui cega, foi instinto, como se fossem meus filhos. Pulei na frente e empurrei ele porque vi no olho dele que ele queria matar ela”, conta Justine Silveira da Silva, amiga de Nicoly.
A transfobia prosseguiu para dentro de um parque na cidade. Enquanto a vítima apanhava. Justine foi impedida de se aproximar após um quarto indivíduo, um adolescente de 17 anos, a impediu. O Ministério Público negou o pedido de internação do menor por se tratar de uma “participação de menor relevância”, segundo o delegado Marco Swirski. O rapaz “vai responder pelos atos infracionais praticados e será eventualmente responsabilizado”, completou.
Os criminosos vão responder por homofobia, injúria discriminatória — esta com previsão na lei de racismo –, e lesão corporal.
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