Marmitagate: Polícia Civil cumpre mandados em Blumenau para seguir investigações
A investigação contra um grupo suspeito de fraudar arrecadações para distribuição de marmitas para pessoas em situação de rua
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A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (1º), a operação Marmitagate para seguir a investigação contra um grupo suspeito de fraudar arrecadações para distribuição de marmitas para pessoas em situação de rua. A ONG, chamada Alimentando Necessidades, ficava em Blumenau e pedia doações pelas redes sociais e começou a viralizar na internet após apresentar possíveis inconsistências na distribuição dos alimentos.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar – um em estabelecimento comercial, em Pomerode, e outro em uma residência em Blumenau. Nos locais foram apreendidos dispositivos informáticos e arquivos, que serão examinados pela investigação.
Ainda na operação, foi cumprido mandado de sequestro de um veículo dos suspeitos, que teria sido comprado com as doações do esquema. Depois da análise das informações, a Polícia Civil vai encaminhar os autos ao Ministério Público para, então, verificar se o caso vai à Justiça.
Relembre o caso do Marmitagate
Um projeto de doação de marmitas chamado ‘Alimentando Necessidades’ viralizou na internet após uma das coordenadoras fazer a denúncia de assédio por parte de um doador, que daria R$ 50 em troca de fotos da jovem nua. A grande repercussão do Marmitagate, no entanto, veio dias depois, quando internautas perceberam que a fundadora do projeto, Maria Eduarda Poleza, de 19 anos, publicava assuntos polêmicos na rede social e logo depois, com a repercussão, aproveitava para divulgar a iniciativa.
Maria Eduarda Poleza faz publicações na internet sobre a organização junto com a coordenadora, Taynara Motta. Anteriormente, em 2021, elas também coordenavam o grupo ‘Absorvendo Necessidades’, de doação de higiene pessoal para mulheres em situação de pobreza menstrual.
Além do caso de assédio, as jovens fizeram posts virais sobre a ajuda a moradores de rua para vender balas no semáforo e conseguirem dinheiro para alimentação; o relato de uma possível doadora que queria dar carne vencida por ter o “estômago frágil” e a reclamação de doadores por elas terem comprado panelas com o dinheiro do projeto para poderem cozinhar mais.
O perfil do projeto ‘Absorvendo Necessidades’, segue o mesmo padrão, com a denúncia de casos a partir de prints de conversas. Em uma live, ela chegou a fazer prestação das contas do projeto.
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Investigações
As investigações da Polícia Civil de Blumenau sobre o projeto “Alimentando Necessidades”, suspeito de utilizar recursos doados para compra de marmitas para moradores de rua, identificou que a suposta ONG teria comprado alimentos com os recursos, mas que ainda está sendo apurado se houve o desvio dos valores para outros fins. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (13).
O delegado da Polícia Civil de Blumenau, Felipe Orsi, salientou que “as atividades da ONG chegaram a ser realizadas regulamente. Ou seja, as doações foram destinadas a compras de insumos para supostamente serem repassadas aos moradores de rua”.
A Polícia Civil confirmou na quarta-feira (12), que o perfil de uma das fundadoras do projeto Taynara Motta, era falso. Maria Eduarda Poleza, 19 anos, se apresenta como uma das fundadoras do suposto projeto, e chegou a divulgar as notas e os gastos no projeto nas redes sociais, após críticas.
Entretanto, mesmo com a confirmação de que recursos foram utilizados para compra de alimentos, a investigação apura se durante todo o período que as campanhas de arrecadação estiveram no ar, os valores foram utilizados para os fins divulgados. “No entanto, ainda resta a verificação se em todo o período as atividades foram regulares, ou se em algum momento houve destinação indevida dos recursos”, ressalta o delegado.
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