Maria da Penha é incluída em programa de proteção no Ceará após ameaças

Maria da Penha Maia Fernandes, ícone da defesa dos direitos das mulheres e nome fundamental por trás da lei brasileira de combate à violência doméstica, foi oficialmente incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do governo do Ceará nesta sexta-feira (7). A solicitação para essa proteção especial foi feita pessoalmente pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ao governador cearense, Elmano de Freitas, durante sua visita à Fortaleza na segunda-feira (3).

A notícia da inclusão de Maria da Penha no programa de proteção cearense foi anunciada pelo governador Elmano de Freitas em suas redes sociais. Ele expressou seu apoio à ativista, condenando as ameaças recebidas por ela de grupos que disseminam ódio contra as mulheres, classificando tais atos como “ações repugnantes e inadmissíveis”.

“Manifesto todo o meu apoio a essa grande mulher, que transformou a dor de ter sido vítima em força para lutar contra a violência motivada pelo machismo”, disse o governador.

Em nota, o Ministério das Mulheres explicou que novas fake news sobre Maria da Penha, foram publicadas em redes sociais sobre uma versão falsa de que a farmacêutica teria sofrido um assalto, e não sido vítima de tentativas de feminicídio pelo ex-marido.

“É inaceitável que Maria da Penha esteja passando por esse processo de revitimização ainda hoje no Brasil, 18 anos após ter emprestado seu nome a uma das leis mais importantes do mundo para a prevenção e o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres”, afirmou a ministra.

O Instituto Maria da Penha confirmou que a ativista já está sob a proteção do programa do governo cearense e destacou que as medidas adotadas para garantir a segurança da vítima são sigilosas e, portanto, não podem ser detalhadas.

Além disso, na segunda-feira (3), o governo do Ceará declarou como patrimônio histórico a casa onde Maria da Penha residiu em Fortaleza. O Memorial Maria da Penha servirá como uma homenagem à sua memória e à sua luta contínua pelos direitos das mulheres.

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