Justiça determina que aposentada e filho deixem condomínio após episódio de racismo
O prazo dado para desocupação é de 90 dias a partir da publicação da sentença no Diário Oficial
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A Justiça de São Paulo determinou que Elisabeth Morrone e seu filho devem deixar o condomínio onde residem na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, após protagonizarem episódio de racismo envolvendo o humorista e músico Eddy Júnior, em outubro de 2022. A juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível, ordenou que eles deixem o condomínio por comportamento considerado antissocial.
O prazo dado para desocupação é de 90 dias a partir da publicação da sentença no Diário Oficial, nessa terça-feira (16). Caso não cumpram a decisão, podem ser retirados do prédio com o uso de medidas coercitivas.
A administração do Condomínio United Home & Work – Home solicitou a expulsão de Elisabeth Morrone e seu filho como parte de um processo em que a aposentada também requeria indenização e cancelamento de multas. Em assembleia, os demais moradores decidiram pela saída dos dois do prédio.
Elisabeth Morrone, como proprietária do apartamento, manterá o direito de propriedade mesmo após a expulsão, podendo optar por alugar ou vender o imóvel. Além da desocupação, ela foi multada em R$ 1.646,13 e R$ 5.259,60. Inicialmente, ela buscava uma indenização de R$ 50 mil por danos morais e a anulação das multas, mas acabou sendo condenada a deixar o prédio.
Em julho de 2023, Elisabeth Morrone e seu filho se tornaram réus por crime de ameaça contra Eddy Jr., além de enfrentarem processos por injúria racial e agressão. Os incidentes envolvendo acusações como chamar o humorista de “macaco” e outros termos ofensivos aconteceram no mesmo condomínio onde residiam em São Paulo. A reportagem da Agência Brasil está tentando contato com a defesa de Morrone para mais esclarecimentos.
Mulher ofende humorista em prédio da zona oeste de SP
Uma mulher foi flagrada xingando e ofendendo o humorista Eddy Junior, de 28 anos, em um prédio na zona oeste de São Paulo (SP). O rapaz filmou uma mulher branca, que se recusou a usar o mesmo elevador que ele, além de xingá-lo de “macaco”, “imundo” e que ele não deveria estar naquele local.
A vizinha não se intimidou com a gravação e ainda chamou o síndico do edifício, dizendo que o humorista não deveria morar no prédio e que Eddy deveria ser retirado de lá. Os vídeos do episódio de racismo foram publicados na rede social do humorista, que tem mais de um milhão de seguidores.
Segundo Eddy, ela deu início às ofensas racistas antes mesmo das gravações. “Tinha me chamado de urubu, tinha me chamado de capeta negro por eu estar com o cabelo rosa”, afirmou. As perseguições da racista, porém, são antigas, desde que ele alugou o apartamento. “Ela já jogou diversas vezes na minha cara: ah, você é inquilino, você não é proprietário, você tem que ir embora?”, contou o humorista.
Um boletim de ocorrência já tinha sido registrado contra o filho dela, pois ele teria ameaçado Eddy. Em outra parte do vídeo gravado com as ofensas, o filho voltou a ameaçar o artista de morte.
O humorista acionou a advogada e um novo boletim foi registrado. Na quarta-feira (19), Eddy Junior vai registrar o caso na Delegacia de Crimes Raciais. A mulher, até o momento, não foi presa.
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