Jornal reconhece que errou ao chamar propriedade de SC de nazista

A Folha de São Paulo publicou, na tarde deste sábado (27), que errou ao associar uma propriedade de SC, em Urubici, ao nazismo. A publicação de uma colunista feita no último domingo (21) vinha repercutindo na internet e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, repudiu a coluna do jornal, sentindo-se “indignado”.

Ao reconhecer o erro, a Folha de São Paulo explicou que a palavra “heil” tem traduções como “salvação”, “salvo” e “ileso”, além de ser utilizada como interjeição em casos como a saudação nazista “Heil, Hitler”.

“Neste caso, no entanto, a palavra “heil” é uma referência ao sobrenome da família dona da propriedade. É incorreto, portanto, fazer referência a essas estruturas como “telhas arianas”, como escreveu a colunista Giovana Madalosso. A falta de uma rigorosa checagem de dados, conforme recomenda o Manual da Redação, levou ao erro cometido pelo jornal”, salienta a publicação.

Ainda explica que “Heil” é um sobrenome conhecido em Santa Catarina, inclusive utilizado em ruas de diversas cidades do estado. A Folha afirma que a colunista vem sofrendo xingamentos e ameaças desde a publicação do útlimo domingo (21).

Jorginho Mello divulgou o reconhecimento do jornal em suas redes sociais: “Hoje a @folhadespaulo publicou um reconhecimento público pela injustiça cometida com o povo catarinense. Que episódios como esse não se repitam. Notícias boas por aqui não faltam. VamoQVamo!”

Relembre o caso da coluna que associava a propriedade de SC ao nazismo

A palavra “Heil” escrita em telhados de casas em Urubici, na Serra Catarinense, foi apontada como uma suposta saudação nazista em uma coluna de opinião no jornal Folha de São Paulo. O texto foi assinado pela jornalista Giovana Madalosso, após ela passar férias na Serra Catarinense e ver o escrito no telhado.

Em sua coluna no jornal, a jornalista apontou que a palavra em propriedade de SC fazia relação com a saudação nazista “Heil Hitler”, salve hitler, em português. Giovana diz que não tentou contato com os proprietários da casa por receio da reação, uma vez que:

“Cogitei tocar a campainha, talvez conversar com os moradores, mas fiquei receosa de envolver os garotos numa situação imprevisível –uma vez quase apanhei ao fotografar uma casa na colônia Witmarsum”, escreveu a jornalista na coluna

No texto, a colunista ainda relaciona o resultado eleitoral das eleições de 2022 com a suposta saudação. A alegação da jornalista foi questionada pela Câmara de Vereadores de Urubici, que divulgou uma nota de repúdio. “De forma pouco cuidadosa sugere em sua construção textual que 69% da população catarinense tem relação com ideologias fascistas ao relacionar o resultado das últimas eleições com a inscrição “Heil”, diz o documento.

Confira as publicações sobre o assunto

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