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BENÇÃO OU GOLPE

Influenciador de SC é alvo de operação que investiga golpes contra fiéis

A terceira fase da operação "Falso Profeta" investiga um grupo suspeito de aplicar golpes prometendo "octilhão" a fiéis

• Atualizado

Sarah Falcão

Por Sarah Falcão

Foto: PCSC | divulgação
Foto: PCSC | divulgação

Um influenciador digital foi alvo de uma operação da Polícia Civil (PCSC), nesta quinta-feira (30), na Zona Sul de Joinville, no Norte de Santa Catarina. O homem, que integrava uma organização criminosa, é acusado de aplicar golpes em todo o país.

Entenda

Durante a ação policial, foram apreendidos celulares e computadores portáteis vinculados ao investigado. De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso utilizava lideranças religiosas para convencer as vítimas, com promessas de que depósitos de R$ 25 poderiam se transformar em um lucro de um octilhão de reais.

Além disso, o esquema envolvia “investimentos” de R$ 2 mil, com a recompensa de 350 bilhões de centilhões de euros.

Vítimas do golpe

Os policiais estimam que mais de 50 mil pessoas, no Brasil e no exterior, foram vítimas da fraude. Segundo a PCSC, os criminosos movimentaram mais de R$ 156 milhões, com golpes que envolvem estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

Uma ordem de bloqueio e proibição de acesso a redes sociais também foi cumprida. Além de Joinville, seis estados participaram das diligências realizadas simultaneamente sob a coordenação da Polícia Civil do Distrito Federal, órgão responsável pelo procedimento policial.

Operação já prendeu pastora em Jaraguá do Sul; relembre

Por Redação e Estadão

Foto: Banco de Imagens | Reprodução.
Foto: Banco de Imagens | Reprodução.

R$1.000.000.000.000.000.000.000.000.000,00: é esse o valor prometido por uma pastora presa em Jaraguá do Sul, nesta quarta-feira (20). Ela era investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que estava envolvida em suposto esquema de estelionato contra fiéis incautos com promessas de lucros fantasiosos, na casa do ‘octilhão de reais’ (o número escrito acima, que possui ‘módicos’ 27 zeros), ou ‘350 bilhões de centilhões de euros’. O nome dela não foi revelado.

Os agentes ainda têm a missão de cumprir um segundo mandado de prisão preventiva. Eles vasculharam 16 endereços para buscas de documentos, computadores e outros itens de interesse para a investigação.

Segundo a Polícia, que coordena a operação chamada “Falso Profeta”, o grupo cometia golpes financeiros prometendo lucros estratosféricos e usava a religião evangélica e uma esotérica teoria da conspiração que envolve alienígenas e um ‘reset financeiro mundial’ para convencer suas vítimas.

Os investigadores destacam que o golpe pode ser considerado ‘um dos maiores já investigados no Brasil’, tendo atingido mais de 50 mil vítimas de ‘diversas camadas sociais e localizadas em quase todas as unidades da federação’.

A investigação, iniciada há cerca de um ano, aponta que o grupo de supostos estelionatários é composto por ‘cerca de duzentos integrantes, incluindo dezenas de lideranças evangélicas intitulados pastores, que induzem e mantêm em erro as vítimas, normalmente fiéis que frequentam suas igrejas, para acreditar no discurso de que são pessoas escolhidas por Deus para receber a ‘benção’, no caso, quantias milionárias que nunca existiram.

A Polícia Civil do DF informou que apurou uma movimentação de R$ 156 milhões nos últimos cinco anos, além da existência de cerca de quarenta empresas ‘fantasmas’ e de fachada, usadas nos golpes O rastreamento indica um emaranhado de mais de 800 contas bancárias que teriam sido usadas pelo grupo.

Entenda o golpe

Segundo os investigadores, a organização mantinha uma ‘conversa enganosa’ com suas vítimas – geralmente fiéis de igrejas evangélicas – e buscava convencê-las a investir suas economias em ‘falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias, com promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica’.

A Polícia relata casos em que pastores sugeriam um singelo depósito de R$ 25 à vítima que ‘receberia’ de volta a cifra inusitada de ‘um octilhão de reais’.

Em outros casos, pastores induziam fiéis a investirem R$ 2 mil em troca de retorno de ‘350 bilhões de centilhões de euros’.

Para dar veracidade às transações, o grupo ainda registrava contratos falsos com suas vítimas, ‘com promessas de liberação de quantias surreais’ – provenientes de inexistentes títulos de investimento, que estariam custodiados no Banco Central e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A argumentação para dobrar os fiéis ainda envolvia, segundo a Polícia, o ‘abuso da fé alheia e da crença religiosa’, além do uso de uma teoria conspiratória chamada ‘Nesara Gesara’, siglas que significam ‘National Economic Security and Reformation Act’ e ‘Global Economic Security and Reformation Act’ – ou, em português, ‘Ato para a Reforma e Segurança Econômica Nacional/Global’.

A Agência Estado apurou que essa teoria aparece em vídeos, postagens e sites da internet e prega que os Estados Unidos teriam aprovado no ano 2000 uma suposta lei que ‘faz parte do planejamento divino’ e tem como objetivo ‘promover a libertação da humanidade’, eliminando dívidas e remodelando os sistemas econômicos mundiais.

Versões da teoria da conspiração envolvem o atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center em 2001 e prometem destituição de presidentes, implantação de ‘uma nova moeda lastreada em ouro’, extinção do imposto de renda, fim da cobrança de juros e, finalmente, um ‘evento’ em que as ‘forças da luz’ assumiriam o controle do planeta para contato com alienígenas que estariam envolvidos na gestão financeira do planeta.

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