Identificada ciclista que morreu atropelada em Florianópolis
Vítima foi atropelada na tarde de quarta-feira (06), no bairro Rio Tavares
• Atualizado
Foi identificada como Mari Simone Medeiros, a ciclista de 51 anos que morreu atropelada no bairro Rio Tavares, em Florianópolis, na tarde de quarta-feira (06). A vítima era auxiliar de sala no NEIM Orisvaldina Silva, no bairro Lagoa da Conceição.
Segundo o Sintrasem, ela trabalhava há 30 anos na rede e iria se aposentador em maio. Ela chegou a ser socorrida pelo Samu e o helicóptero da Polícia Militar, Águia 2, mas não resistiu aos ferimentos.
Conforme a Polícia Militar, ela caiu com a bicicleta e acabou batendo em um guincho perto do elevado, quase em frente a um centro automotivo.
No entanto, segundo relatos de testemunhas ao advogado e integrante de coletivos ciclistas em Florianópolis, Artur de Castro Kopper, o motorista estava mexendo no celular no momento do atropelamento e passou por cima dela.
Ainda segundo Kopper, a foto do momento do acidente mostra como o “caminhão atravessou a ciclovia em um ângulo de 90º”:
Por nota, o Sintrasem e a Prefeitura de Florianópolis lamentaram a morte da professora.
“O Sintrasem lamenta profundamente o falecimento da companheira Mari Simone Medeiros, auxiliar de sala do NEIM Orisvaldina Silva, na Lagoa. Ela trabalhava há 30 anos na rede e iria se aposentar em maio, mas foi vítima de um trágico acidente na tarde de ontem.
A partida de Simone é uma perda enorme para os colegas do NEIM Orisvaldina, para seu marido e sua filha, seus amigos, familiares e a toda a rede. O Sintrasem expressa seus mais sinceros pêsames a estas pessoas. O velório da companheira ocorre a partir das 8h, no Cemitério da Lagoa da Conceição, e o sepultamento será às 15h. SIMONE: PRESENTE“
Nota da Prefeitura de Florianópolis
“Faleceu nesta quarta-feira Mari Simone de Medeiros, auxiliar de sala na rede municipal de ensino. Era lotada no Neim Orisvaldina Silva, do bairro Lagoa da Conceição. A Secretaria de Educação de Florianópolis se solidariza aos familiares e amigos da profissional.
Segundo Eliane Bongiolo, diretora do Neim Orisvaldina, a pedagoga era uma pessoa corretíssima pensando no melhor para as crianças e para a unidade educativa. Tinha 30 anos de serviço publico na mesma creche.
Aos 51 anos de idade, Mari, que estava de licença-prêmio, iria se aposentar em maio. Deixa esposo e uma filha, além de um vazio na área da educação.“
Repúdio de coletivos de ciclistas
Coletivos de ciclistas em Florianópolis se reuniram para a divulgação de uma carta de repúdio sobre o acidente. Segundo eles, o acidente de Mari não é um caso isolado, já que “falta infraestrutura adequada e segura para ciclistas” e que há “motoristas que não respeitam as leis de trânsito destinadas a proteger os mais vulneráveis”.
Os coletivos ainda marcaram um protesto pela infraestrutura adequada para ciclistas e pela memória de Mari. O grupo se reúne na próxima quarta-feira (13), no mesmo local em que ocorreu o acidente, para colocar uma bicicleta branca em memória da vítima do acidente.
Confira a nota na íntegra:
Nós, representantes da AMOBICI, Guerrilla Bike Coletivo, Bruxas da Bike, Massa Crítica Floripa, Mães pela mobilidade e Bike Polo Floripa, escrevemos esta carta para expressar nosso profundo repúdio e consternação com relação ao trágico incidente ocorrido ontem, no qual a ciclista Mari Simone de Medeiros foi assassinada por um guincho enquanto trafegava em uma ciclofaixa na cidade de Florianópolis.
Este incidente não é apenas um acidente isolado; é um reflexo de um problema sistêmico que envolve a falta de infraestrutura adequada e segura para ciclistas, bem como a negligência por parte de motoristas que não respeitam as leis de trânsito destinadas a proteger os mais vulneráveis.
Além disso, a falta de fiscalização contribui para o aumento dos riscos enfrentados pelos ciclistas, mesmo onde há infraestrutura cicloviária. Ademais, a forma como esse incidente tem sido tratado por alguns meios de comunicação e autoridades locais demonstra uma falta de seriedade e consideração pelos direitos e pela segurança dos ciclistas.
A banalização da violência no trânsito e o descaso com a vida humana são inaceitáveis.
A morte de Mari escancara a urgência em adotar medidas concretas para garantir a segurança de todos os usuários da via, especialmente aqueles que escolhem meios de transporte mais sustentáveis, como a bicicleta.
Exigimos que a Prefeitura de Florianópolis tome medidas imediatas para melhorar a infraestrutura cicloviária da cidade, garantindo a segurança e o respeito aos ciclistas. Além disso, pedimos que os meios de comunicação tratem o assunto com a seriedade que merece.
Atenciosamente,
AMOBICI
Guerrilla Bike Coletivo
Bruxas da Bike
Massa Crítica Floripa
Bike Polo Floripa
Mães pela mobilidade
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