Grupo neonazista é preso em SC por suspeita de crimes raciais e adoração a Hitler
Criminosos se autointitulavam "a nova SS de Santa Catarina"
• Atualizado
Na última quinta-feira (20), seis pessoas foram presas temporariamente suspeitas de integrarem uma célula neonazista em Santa Catarina. Na mesma manhã, sete mandados de busca e apreensão também foram executados.
A Polícia Civil revelou que o grupo se reunia em um sítio para treinamento com armas de fogo e discussão sobre ideário antissemita. Os envolvidos podem responder por associação criminosa armada, racismo qualificado, apologia ao nazismo, porte ilegal de arma, fabricação ilegal de arma de fogo e armazenamento de pornografia infantil.
O delegado Arthur Lopes esclareceu que quatro dos integrantes são estudantes do ensino superior. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou uma nota repudiando “toda e qualquer ação racista e que atente contra os direitos humanos e o patrimônio ético, científico e cultural da instituição”.
Durante as reuniões do grupo, a produção de propaganda para a divulgação do nazismo, realizavam rituais de culto à doutrina Hitlerista, nos quais os criminosos se autointitulavam “a nova SS de Santa Catarina”. Eles utilizavam coletes e peças réplica de uniforme nazista.
As prisões foram cumpridas em Florianópolis, São José, Joinville, Maravilha e São Miguel do Oeste. As autoridades informaram que, além das prisões efetuadas, foram apreendidos diversos materiais de cunho nazista e extremista.
Operação “Gun Project”
A investigação foi iniciada há cinco meses e a operação policial contou o apoio de 50 policiais. As autoridades esclareceram que uma impressora 3D apreendida em abril de 2022, em São Miguel do Oeste, pertencia a essa célula neonazista. No dia, também foram apreendidas peças de arma de fogo já impressas e bandeiras supremacistas.
Apologia ao nazismo
De acordo com a Lei Nº 7.716, de janeiro de 1989, praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa.
Segundo o artigo 20 da mesma lei, fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo é crime passível de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Confira a nota da UFSC, na íntegra:
A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tomou conhecimento através da Imprensa do envolvimento de estudantes com movimentos neonazistas. Ao tempo em que cumprimenta a ação da Polícia Civil na investigação, oferece colaboração para o total desvendamento e punição a este crime.
De sua parte, a UFSC solicitará às autoridades informações sobre os estudantes presos, para a adoção das medidas disciplinares cabíveis.
A Universidade também reforça que a ouvidoria mantém canais para recebimento de denúncias, com a finalidade de mapear qualquer indício de redes neonazistas na UFSC.
Em outras frentes de atuação, a UFSC informa que o Conselho Universitário, em sessão realizada no dia 11 de outubro de 2022, aprovou uma moção de repúdio ao racismo, após o relato de casos ocorridos em Unidades Acadêmicas.
Uma política de enfrentamento ao racismo, construída em colaboração com entidades estudantis e representantes do movimento negro, será levada a consulta pública no início do mês de novembro, sendo posteriormente apresentada ao Conselho Universitário.
A UFSC repudia toda e qualquer ação racista e que atente contra os direitos humanos e o patrimônio ético, científico e cultural da instituição.
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