Freezer onde corpo foi guardado é mostrado em tribunal durante julgamento em SC

O freezer onde o corpo de Valdemir Hoeckler foi colocado após a morte foi exibido na Câmara de Vereadores de Capinzal, no Meio-Oeste de Santa Catarina, durante o julgamento de Cláudia Tavares Hoeckler, acusada de matar e congelar o marido em Lacerdópolis. A acusação posicionou o eletrodoméstico próximo à ré para ilustrar o crime, junto a panos e cordas que teriam sido utilizados no assassinato.

Conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a exibição do freezer foi solicitada pelos promotores de Justiça. Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), todos os objetos utilizados em crimes ficam sob guarda do Judiciário até o julgamento.

Durante o interrogatório, Cláudia detalhou como teria cometido o crime. Segundo ela, substituiu o conteúdo de cápsulas de remédio natural do marido por zolpidem, medicamento de efeito sonífero, e após ele adormecer, amarrou pés e mãos, cobriu o rosto com um pano e colocou uma sacola plástica. Ela afirmou que repetiu gestos que, segundo ela, eram praticados pelo marido contra ela: “Eu fiz o que ele fazia comigo, segurei o rosto dele, ele se debateu, mas não conseguiu me pegar”.

A ré relatou ainda que tentou confirmar o pulso do marido, mas não conseguiu, e que retirou o corpo da cama com um lençol, cuidando para que a cabeça não batesse, até conseguir colocá-lo no freezer usando uma cadeira para impulsioná-lo. “Não sou fria e calculista. Eu joguei o corpo e o lençol de forma rápida e fechei o freezer. Naquele momento parecia um pesadelo”, disse.

Cláudia afirmou que amarrou o marido apenas para se proteger e comentou sobre o impacto do crime na vida da filha, que, mesmo sem contato com o pai há cinco anos, ainda o amava.

O julgamento, que começou na quinta-feira (28), continua em Capinzal. A previsão é que a sentença seja divulgada ainda nesta sexta-feira (29). Cláudia foi denunciada pelo Ministério Público pelos seguintes crimes:

• Homicídio duplamente qualificado: prática criminosa por asfixia e uso de meio que impediu a defesa da vítima.
• Ocultação de cadáver: ao escondê-lo no freezer.
• Falsidade ideológica: por comunicar o suposto desaparecimento, usando versão contraditória à realidade dos fatos.

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