“Faraó dos Bitcoins” é preso em bairro de luxo de Florianópolis
O "Faraó dos Bitcoins" tirou a tatuagem do braço e passou por procedimentos estéticos para não ser identificado
• Atualizado
Um homem foragido, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, foi preso em Jurerê Internacional pela Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), na noite desta terça-feira (28). Ele estava foragido da Justiça desde 2022.
A prisão foi feita pelas guarnições da polícia de Jurerê Internacional. O foragido teria feito uma harmonização facial e removido tatuagem no braço.
O “Faraó das Bitcoins” estaria tendo uma vida de luxo na Capital. Ele foi localizado após a PMSC receber informações que o ele poderia estar na região.
O homem era investigado por crimes de pirâmide financeira e fraude. Os criminosos tinham uma criptomoeda própria, similar ao Bitcoin, mas não tinham autorização para operar como instituição financeira.
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Operação “La Casa de Papel”
A Operação “La Casa de Papel” da Receita Federal e a Polícia Federal desarticulou a organização criminosa em 2022. O grupo investigado se especializou na captação de recursos de investidores a pretexto de gerir aplicações extremamente rentáveis em setores de minas de diamantes, vinhos, viagens e energia.
O grupo conta com uma pessoa jurídica detentora de criptomoeda própria, porém não possui qualquer autorização para funcionar como instituição financeira. A operação deflagrada há dois tinha o “Faraó das Bitcois”, como um dos alvos.
As investigações foram iniciadas após prisão em flagrante de dois componentes do grupo e seu segurança particular, em 2021, na cidade de Dourados (MS), transportando US$ 100.000,00 em pedras preciosas (esmeraldas), sem a documentação comprobatória. Com o andamento das investigações, foi possível verificar que os envolvidos possuíam relação com uma entidade religiosa, o que possibilitou a identificação de outros envolvidos.
Segundo a Polícia Federal, os investigados criaram uma rede de seguidores e colaboradores na internet, causando prejuízos a “investidores” brasileiros, europeus e, principalmente, residentes da América Latina. O esquema movimentou recursos da ordem de milhões de dólares e prejuízos para mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo, alegando ataque de “hackers”, auditorias e mentiras.
Os investigados ostentam uma vida luxuosa nas redes sociais. Postam imagens de viagens internacionais para Dubai, Cancún e Europa. Mostram veículos importados de altíssimo padrão, ostentam muito ouro, roupas de grifes de altíssimo padrão, pagamento de camarotes de shows e fotos acompanhados com personalidades conhecidas. Exibem matérias jornalísticas propagando terem se tornado multimilionários com o negócio e propondo ajudar pessoas a se tornarem milionárias, tudo de modo a buscar atrair mais pessoas para o golpe.
Na época, a Justiça determinou a suspensão das atividades econômicas de 26 pessoas jurídicas, inclusive de uma igreja utilizada na movimentação e lavagem de recursos do esquema financeiro. As ações acontecem nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.
O nome da operação “La Casa de Papel” foi dado em razão de alguns dos investigados possuírem a nacionalidade espanhola e terem criado ficticiamente o seu próprio banco e a sua própria “casa da moeda”.
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