Falsa biomédica é indiciada por estelionato e lesão corporal em SC; polícia identifica 14 vítimas
Conselho Regional de Biomedicina confirmou que investigada não possui registro profissional
• Atualizado
A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu a investigação contra uma mulher suspeita de realizar procedimentos estéticos invasivos sem habilitação profissional, em São José, na Grande Florianópolis. O inquérito identificou 14 vítimas, atendidas entre 2024 e 2025, que relataram complicações como infecções, inchaços persistentes, nódulos, manchas e deformidades. Uma delas precisou ser internada.
Segundo a Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra as Relações de Consumo (DCAC/DEIC), a suspeita se apresentava como biomédica esteta, apesar de não possuir registro no Conselho Regional de Biomedicina. Em depoimento, afirmou ter cursado biomedicina, mas não ter concluído a graduação.
De acordo com a polícia, os procedimentos incluíam preenchimento labial, harmonização facial e glútea, rinomodelação e aplicação de toxina botulínica. Os atendimentos eram realizados em salões de beleza e até residências. A investigada divulgava os serviços nas redes sociais, principalmente no Instagram, onde possuía mais de 10 mil seguidores. Os valores cobrados variavam de R$ 500 a R$ 3.500, conforme o tipo de procedimento.
As vítimas relataram que, ao surgirem complicações, recebiam orientações inadequadas. Segundo o inquérito, a suspeita minimizava os sintomas e dizia que eram “normais”.
A investigação apontou indícios de exercício ilegal da profissão, crimes contra as relações de consumo, 13 crimes de estelionato e 6 crimes de lesão corporal, sendo um deles classificado como lesão corporal grave por incapacidade superior a 30 dias.
O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que irão analisar o caso e decidir sobre as próximas medidas.
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