Estudo aponta que Petrópolis tinha 102 áreas de risco já em 2017
Fortes chuvas resultaram em quase 400 ocorrências de enchentes e deslizamentos de terra
• Atualizado
Um estudo realizado pela empresa Theopratique Obras e Serviços de Engenharia e Arquitetura em 2017 mostra que o município de Petrópolis, no Rio de Janeiro, já tinha 102 áreas classificadas como locais de risco alto ou muito alto. Na época, 15.240 imóveis ocupavam a região mapeada, totalizando 10% de posse urbana. Segundo informado, o estudo foi solicitado pela própria prefeitura da cidade.
Em apenas três horas, as fortes chuvas registraram 250 milímetros de água, número corresponde a quase todo o volume acumulado em 30 dias, que foi de 271,6 milímetros. A intensidade da chuva resultou em 399 ocorrências na Defesa Civil, das quais 323 foram por deslizamentos de terra. Carros, árvores e casas foram arrastadas pela intensa corrente de água, que deixou um enorme corredor de lama pela cidade.
Até o momento, 104 corpos foram resgatados dos escombros e 35 pessoas permanecem desaparecidas. Cerca de 700 moradores também estão desabrigados e permanecem instalados temporariamente em pontos de apoio.
Em entrevista ao Primeiro Impacto na quarta-feira (16), o secretário da Defesa Civil, Gil Kempers, afirmou que o boletim de alerta ajudou a prevenir um menor número de óbitos. Como foi emitido 45 minutos antes do primeiro deslizamento, ele disse acreditar que o documento pode ter salvado dezenas de vidas. Já para o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, os incidentes foram intensificados por Petrópolis ser uma região de encostas.
Conforme aponta o estudo, foram mapeados mais de 15 mil imóveis considerados de risco alto ou muito alto. A região que aparece com mais casas em perigo é a Oswero Vilaça, onde está localizado o Morro da Oficina, local crítico da tragédia. O plano aponta para 729 imóveis da área sob ameaça em caso de chuvas em seis níveis de risco, sendo que 240 estão classificados no mais preocupante.
Após as chuvas, ao menos 80 casas da região foram atingidas pelo deslizamento que ocorreu no último dia 15. O número estimado de pessoas soterradas, no entanto, ainda não foi informado.
Ainda segundo o estudo, a quantidade de imóveis classificados em áreas de risco cresceu devido ao aumento populacional da região e ao avanço informal do tecido urbano nas encostas de Petrópolis. Como muitas casas foram construídas em barrancos, a chance de serem atingidas por deslizamentos de terra é maior.
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