Enfermeira é condenada à prisão perpétua por assassinato de bebês

A enfermeira britânica Lucy Letby, de 33 anos, foi condenada, nesta segunda-feira (21), à prisão perpétua pelo assassinato de sete bebês e pela tentativa de assassinato de outros seis no Hospital Condessa de Chester e na maternidade de Liverpool. Na decisão, a Corte Real de Manchester também negou a possibilidade de liberdade condicional.

Lucy foi considerada culpada pelos assassinatos dos bebês na última sexta-feira (18), mas a leitura da sentença ficou programada para hoje. A enfermeira, no entanto, recusou-se a comparecer ao banco dos réus, decisão que foi criticada por políticos britânicos, como o Secretário de Estado da Justiça do Reino Unido, Alex Chalk.

“Lucy Letby não é apenas uma assassina, mas uma covarde, cujo fracasso em enfrentar as famílias de suas vítimas — recusando-se a ouvir suas declarações de impacto e a condenação da sociedade — é o insulto final. Estamos tentando mudar a lei para que os infratores possam ser obrigados a comparecer às audiências de sentença”, disse.

Segundo o parecer da polícia, os assassinatos aconteceram no Hospital Condessa de Chester e na Maternidade de Liverpool, onde Lucy trabalhou entre 2010 e 2016. A enfermeira injetava ar, leite, fluidos e até insulina com a intenção de matar os bebês. Também há registros de que Lucy tenha agredido secretamente outros 13 recém-nascidos. 

Apesar de Lucy negar as acusações, os policiais encontraram um bilhete parecido com uma confissão na casa da enfermeira. No papel, ela escreveu “eu não mereço viver” e “eu os matei de propósito. Não sou boa o suficiente pra cuidar deles”. Em outro trecho, lê-se “sou uma pessoa horrível e má”.

À mídia britânica, um casal que teve os dois filhos gêmeos assassinados afirmou que no momento em que os médicos tentavam ressuscitar as crianças, Lucy estava na enfermaria e não deu nenhum sinal que pudesse causar desconfiança. “Ela foi muito fria, calma, calculista, com uma mente criminosa”, disse a mãe, que teve a identidade preservada.

O mesmo foi dito por Nicola Evans, da polícia de Cheshire, que descreveu Lucy como “insensível”. Lucy Letby estava operando à vista de todos. Ela abusou da confiança das pessoas ao seu redor. Não apenas os pais que lhe confiaram seus bebês, mas também as enfermeiras com quem ela trabalhava e as pessoas que ela considerava como amigas”, disse.

O caso abalou o Reino Unido, fazendo com que Lucy ficasse conhecida como a pior assassina em série infantil da história do país. Em meio à repercussão, o secretário de Saúde, Steve Barclay, emitiu um inquérito independente sobre os assassinatos, incluindo como as preocupações levantadas pelos médicos foram tratadas.

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