“Ela era tudo, acabou minha vida, meu chão”, diz mãe de professora assassinada em Florianópolis
A mãe da vítima, Sandra Regina Félix, conversou com o SCC10 e pede justiça por Alessandra Abdalla, morta aos 45 anos
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O velório da professora assassinada pelo ex-companheiro no bairro Tapera, em Florianópolis, ocorreu até a as 10h desta sexta-feira (25), momento do início do enterro no Cemitério do Itacorubi. A mãe da vítima, Sandra Regina Félix, conversou com o SCC10 e pede justiça por Alessandra Abdalla, morta aos 45 anos.
A mãe relata que Alessandra já estava abalada pela situação com o ex-companheiro, mas preferiu continuar trabalhando em vez de tentar espairecer. Ao saber disso, “ele fez a emboscada e matou ela na rua do colégio onde ia trabalhar. Ela saltou do ônibus, ele bateu nas costas dela, ela olhou pra trás e ele alvejou ela. Sete tiros”.
A diretora da escola onde Alessandra trabalhava, Andréia Fernandes disse a equipe do SCC10 que, em 15 de novembro, a professora relatou que no dia anterior o ex-companheiro havia a prendido em casa e a ameaçado com uma arma a noite inteira. “Ela foi para a casa da mãe dela em uma segunda-feira e na terça ela fez o B.O contra ele e ficou dois dias sem trabalhar, estava completamente abalada”.
Assim como a mãe, a diretora destacou que a professora estava muito triste nos últimos dias e que sabia que mesmo com a medida protetiva estava sendo perseguida. “Teve um dia que a mãe dela ligou para ele pedindo que saísse do prédio da filha, porque os vizinhos haviam informado Alessandra que ele estava rondando o local”, relatou Andréia.
Além do clima de tristeza e homenagem no velório, familiares pedem por justiça durante a cerimônia de despedida. A mãe e a família temem que o suspeito fique impune.
Ela era tudo, acabou minha vida, meu chão. Ele destruiu a minha família. E eu peço justiça, mais nada. Não dá, é demais pra mim, ter que enterrar a minha filha agora. É inadmissível isso. Que ele seja condenado e pague pelo crime absurdo que ele fez com a minha filha. Ele não aceitou o término do relacionamento e acontece uma coisa dessas. Ela era tão amiga, companheira, mãe, dedicada.
Andréia Fernandes também lamentou a morte e pediu justiça em nome da instituição onde Alessandra trabalhava.
Nós pedimos justiça por ela, não queremos que mais nenhuma mulher passe pelo o que ela passou, foi apenas um ano de convivência com o ex-companheiro e o fato dela não aceitar mais estar com ele resultou nisso. Ela só queria seguir a vida dela, foi muito injusto. Vamos tentar nos reerguer sem a presença dela, mas ainda não acreditamos no que aconteceu.
Segundo os familiares, o relacionamento tinha um pouco menos de um ano, mas no último mês a relação ficou mais conturbada. O ex-companheiro da vítima, policial militar Orlando Seara Júnior da Conceição se entregou à polícia na noite desta quinta-feira (24).
Prisão do autor
A prisão do autor foi efetuada nessa quinta-feira (24), mesmo dia em que o assassinato ocorreu, por meio da advogada responsável pela defesa de Orlando Seara da Conceição Junior. O local onde o autor estava foi informado para a advogada por meio da família, em seguida, ela foi ao encontro dele, negociou a entrega e o desarmou. “Foi uma entrega que ocorreu de forma voluntária, não houve resistência junto a corporação. Fiz o desarme e levei ele para os procedimentos policiais”, informou Mariana Lixa ao SCC10.
Entenda o caso da professora assassinada
Alessandra Abdalla de 45 anos, professora assassinada a tiros pelo ex-companheiro estava a caminho do trabalho, na manhã desta quinta-feira (24). O crime ocorreu a poucos metros do Núcleo de Educação Infantil (NEIN) Tapera, no Sul de Florianópolis.
Ela já tinha uma medida protetiva contra o suspeito, que é policial militar e não aceitava o término do relacionamento.
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