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TRAMA MACABRA

Dupla que matou mulher e criou plano para se livrar de crime é condenada em Blumenau

Companheiro e irmã afetiva da vítima já começaram a cumprir a pena

• Atualizado

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Freepik.
Foto: Freepik.

Uma dupla acusada de matar uma mulher e criar um plano para se livrar do crime foi condenada pelo Tribunal do Júri em Blumenau, cidade do Vale do Itajaí. O julgamento teve a duração de dois dias devido ao número de testemunhas ouvidas, começando às 9h da manhã de quarta-feira (6) e terminando às 17 horas de quinta-feira (7). A sentença e a fixação das penas foram de 19 anos e dois meses por homicídio triplamente qualificado e fraude processual.

Entenda o crime

O crime ocorreu no dia 22 de dezembro de 2022, em uma casa no bairro Valparaíso, em Blumenau. O homem, de 32 anos, era companheiro da vítima, e a mulher, de 38, era irmã afetiva. Os três moravam juntos.

Conforme os autos, naquela tarde, os réus agrediram a vítima na cabeça e a atacaram com 12 facadas na região do tórax, atingindo o coração e o pulmão. Em seguida, eles saíram de carro para tentar criar um álibi, passando por uma oficina mecânica, uma borracharia e outros estabelecimentos comerciais.

Cerca de duas horas depois, o homem entrou em casa e começou a gritar, como se estivesse surpreso por encontrar a companheira naquele estado. Ele ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), dizendo que a vítima havia sido espancada por outra pessoa e precisava de socorro, quando na verdade já estava morta a horas.

Na sequência, os dois colocaram o corpo no carro e partiram em direção ao hospital, alegando que o socorro estava demorando. Fato que foi considerado uma clara tentativa de induzir a perícia ao erro, o que caracteriza fraude processual. Eles encontraram a ambulância no caminho e demonstraram um falso desespero, mas os próprios socorristas constataram que a vítima tinha morrido há algum tempo, pois não apresentava mais sinais vitais nem sangramento ativo, e algumas partes do corpo já estavam rígidas.

Conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), toda a história foi apresentada ao longo do julgamento e os jurados acolheram integralmente a tese da acusação. As três qualificadoras foram feminicídio, meio cruel e emprego de recursos que impossibilitaram a vítima de se defender.

Ao final do julgamento, ambos foram conduzidos imediatamente para a prisão. Segundo o MPSC, a medida segue a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, onde pessoas condenadas pelo Tribunal do Júri devem começar a cumprir suas penas de imediato, mesmo que ainda possam recorrer a outras instâncias judiciais. O processo tramita em segredo de justiça.

*Com informações do MPSC.

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