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VIOLÊNCIA

Duas em cada 10 mulheres já foram ameaças de morte por parceiros

Os dados são da pesquisa "Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio"

• Atualizado

Agência Brasil

Por Agência Brasil

Duas em cada 10 brasileiras já sofreram ameaça de morte de parceiros. – Foto: Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília/Reprodução/Agência Brasil
Duas em cada 10 brasileiras já sofreram ameaça de morte de parceiros. – Foto: Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília/Reprodução/Agência Brasil

Duas em cada dez mulheres já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos. Além disso, seis em cada dez já conheceram alguma que vivenciou essa situação. Os dados são da pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, divulgada nesta segunda-feira (25).

Em ambos os casos, as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número.

O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas.

A pesquisa contou com o apoio do Ministério das Mulheres e viabilizado por uma emenda da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).

Queixas à polícia

Embora 44% das vítimas tenham ficado com muito medo, apenas 30% delas prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva, mecanismo que pode determinar que o agressor fique longe da vítima e impedido de ter contato com ela.

Esses dados têm relação com outros citados pela pesquisa, o de que duas em cada três mulheres acreditam que os agressores de mulheres permanecem impunes e o de que um quinto apenas acha que acabam na prisão.

Para a maioria das brasileiras (60%), a sensação de que os agressores não pagam pelo mal que fazem tem relação com o aumento dos casos de feminicídio.

Mulheres ameaçadas de morte imaginam que os agressores jamais vão colocar em prática o que prometem

No questionário online, respondido, em outubro deste ano, por 1.353 mulheres maiores de idade, 42% das participantes concordaram com a afirmação de que as mulheres ameaçadas de morte imaginam que os agressores jamais vão colocar em prática o que prometem, ou seja, acham que a ameaça não representa um risco real de serem assassinadas por eles.

Ao mesmo tempo, há, no país, um contingente de 80% de mulheres avaliando que, embora a rede de atendimento às mulheres seja boa, não dá conta da demanda.

Em relação a formas de enfrentamento à violência, proporção idêntica destaca as campanhas de estímulo a denúncias e as redes sociais como ferramentas poderosas.

Uma parcela significativa, também de 80%, pensa que nem a Justiça, nem as autoridades policiais encaram as ameaças e denúncias formalizadas com a seriedade devida. Também são maioria (90%) as respondentes com a opinião de que as ocorrências de feminicídio aumentaram nos últimos cinco anos.

Como encontrar informações e pedir ajuda

A versão completa da pesquisa pode ser lida no site do Instituto Patrícia Galvão, onde também é possível encontrar dados sobre os diversos tipos de violência.

Há, ainda, diversas formas de pedir socorro, caso seja necessário. Entre elas, o telefone 180, específico para atender vítimas de violência doméstica.

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