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Investigação

Detentos mortos em incêndio na Penitenciária de Florianópolis eram LGBTQIA+, diz SAP

Informação foi confirmada pela SAP após questionamento do Conselho Nacional da Justiça

• Atualizado

Mariana Pedrozo

Por Mariana Pedrozo

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: Morgana Fernandes | SCC SBT
Foto: Morgana Fernandes | SCC SBT

Após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedir, nessa quinta-feira (16), ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) a confirmação de que o incêndio teria atingido a ala onde fica custodiada a população LGBTQIA+, a Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) confirmou a informação nesta sexta-feira (17).

Além disso, na nota, a SAP afirma que os três detentos que morreram no incêndio seriam realocados na quinta-feira (16), para a galeria de LGBTQIA+. Confira na íntegra o documento:

“A ala onde aconteceu o incêndio é uma ala de adaptação, área temporária para realocação dos detentos em suas determinadas alas posteriores. No caso dos três que morreram na cela, todos eram LGBTQIA+, que seriam realocados no dia 16 para a galera de LGBTQIA+. A ala de adaptação serve como uma espécie de “triagem temporária”. Os reclusos da cela 22, local onde aconteceu o incêndio, estavam alocados juntos por terem solicitado o mesmo convívio.”

Entenda o incêndio que atingiu a Penitenciária de Florianópolis

Segundo informações da Juíza corregedora, o incêndio que atingiu a Penitenciária de Florianópolis teria iniciado em um colchão na cela 22 da ala de adaptação. O espaço no local é pequeno, com porta de chapa de metal, o que possivelmente dificultou o socorro dos presos. Três detentos morreram: Danilo Barros, Robson da Silva e Jeberson de Souza Bezerra.

“A demora no socorro pode ter sido causado mais uma vez por falta de efetivo no local, pois a cela fica próxima de onde estão os agentes, são poucos metros. Além disso, outra questão é a porta de metal da cela, ela deve ter ficado quente. Então, os policiais devem ter tido dificuldade para conseguir entrar no local”, explica a magistrada, que interditou a ala após o incêndio.

O Governo do Estado informou, em nota, que as causas do fogo estão sendo apuradas por peritos dos Bombeiros Militares, com o suporte da Polícia Científica. Foi comunicado também que a ala onde o fogo iniciou foi evacuada pelos policiais penais e que quatro agentes precisaram de atendimento médico.

Ainda de acordo com a nota, os outros 46 presos do local foram retirados e passaram por uma triagem para avaliar as lesões. Todos foram encaminhados para as unidades hospitalares adequadas para cada caso. O governo também afirmou que nenhum outro setor da Penitenciária foi atingido.

Detentos e Policiais que foram atingidos no incêndio recebem alta

O Governo do Estado informou, nesta quinta-feira (16), que os 43 detentos e os seis policiais penais que foram atendidos após o incêndio na Penitenciaria de Florianópolis receberam alta hospitalar. Os presidiários foram realocados em outros setores da Unidade Penal.

A Polícia Científica realizou as perícias no local para constatar o motivo das mortes e a origem do incêndio. “Este laudo deve ser concluído em até uma semana”, informou a perita-geral da Polícia Científica, Andressa Fronza.

O Corpo de Bombeiros Militar também está mobilizado na descoberta da causa. A coleta de provas e a coleta do relato de testemunhas foram feitas e está sendo elaborado o laudo pericial, que deverá ser finalizado também nos próximos dias.

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