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Erro Policial?

VÍDEO: dentista que morreu em cela em SC não havia ingerido álcool, aponta advogado

Laudo revela que Cezar não estava embriagado; família acusa negligência e pede afastamento de policiais

• Atualizado

Ricardo Souza

Por Ricardo Souza

Dentista que morreu em cela em SC não havia ingerido álcool, aponta exame | Foto: Redes sociais/Reprodução
Dentista que morreu em cela em SC não havia ingerido álcool, aponta exame | Foto: Redes sociais/Reprodução

O dentista e servidor público Cezar Maurício Ferreira, de 60 anos, encontrado morto em uma cela da Central de Polícia de São José, na Grande Florianópolis, no último sábado (19), não havia consumido bebida alcoólica ou drogas antes de ser detido. A informação foi confirmada pelo advogado da família, que diz ter recebido o laudo oficial.

Ferreira foi preso após colidir na traseira de outro veículo e foi conduzido sob suspeita de embriaguez ao volante. Segundo a Polícia Militar, ele estava incomunicável, o que impediu a realização do teste do bafômetro. Ainda assim, os policiais relataram que o dentista “aparentava estar embriagado”. No entanto, o laudo toxicológico, feito a partir de amostras de sangue e urina, descartou completamente o consumo de álcool ou entorpecentes. Foram identificados apenas medicamentos de uso contínuo para tratamento de depressão, problemas cardíacos e diabetes.

Para o advogado da família, Wilson Knoner, Cezar foi vítima de uma abordagem despreparada e negligente por parte das autoridades. “Cezar estava sofrendo um infarto e foi tratado como um criminoso. Ele precisava de socorro, não de uma cela fria e sem atendimento médico”, disse. “A prova está no laudo. Ele não estava bêbado, ele estava morrendo, e ninguém fez nada. Isso é revoltante.”

Wilson ainda classificou a prisão como arbitrária. “Não fizeram o bafômetro, presumiram embriaguez e jogaram ele em uma cela. O que aconteceu com a presunção de inocência? O que aconteceu com o dever de preservar vidas?”

A defesa pretende protocolar, ainda nesta sexta-feira (25), um pedido de afastamento imediato dos policiais militares envolvidos na ocorrência. “Não é aceitável que agentes públicos responsáveis por essa tragédia sigam atuando normalmente como se nada tivesse acontecido. Alguém precisa responder por essa morte.”

Cezar Maurício Ferreira também era servidor do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT/SC), e sua morte causou comoção entre colegas e familiares. Conforme relato da Polícia Civil, o dentista teria recusado alimentação na noite anterior à morte e recebeu apenas um travesseiro e um cobertor. Um policial afirmou ter verificado a cela duas vezes durante a madrugada, ocasião em que Cezar e outro detento disseram estar bem.

O advogado, no entanto, contesta a versão oficial. “Se ele estivesse bem, não teria morrido horas depois. Faltou atenção, faltou humanidade, faltou responsabilidade. Cezar morreu sob custódia do Estado, e isso não pode ser tratado com indiferença.”

Posicionamento oficial

Em contato com a reportagem, a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) informou, por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação, que “não irá se manifestar até que o laudo seja oficialmente liberado pela Polícia Científica”. A corporação acrescentou ainda que não foi formalmente comunicada sobre os novos desdobramentos e que já se pronunciou anteriormente sobre a ocorrência.

A Polícia Civil, por sua vez, não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Já a Polícia Científica de Santa Catarina informa que, “após a conclusão dos laudos periciais, os resultados são encaminhados ao delegado de polícia responsável pelo inquérito”.

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