Defesa do suspeito de matar homens em imobiliária de SC se pronuncia
As vítimas, identificadas como Deyvid Luiz Leite e Thiago Adolfo, morreram no local após serem baleadas
• Atualizado
A defesa de Ralf Manke, ex-militar preso suspeito de matar dois corretores dentro de uma imobiliária em Balneário Piçarras, Santa Catarina, afirma que ele agiu em legítima defesa após ser ameaçado. Segundo o advogado Rodolfo Warmeling, o acusado foi chamado para uma reunião, ficou em desvantagem numérica e reagiu ao se sentir encurralado.
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O caso ocorreu em 1º de julho, no Centro da cidade. As vítimas, identificadas como Deyvid Luiz Leite e Thiago Adolfo, morreram no local após serem baleadas. Ralf fugiu em seguida, mas se entregou espontaneamente e confessou o crime à Polícia Civil. À época, alegou ter sido motivado por uma dívida não quitada entre as partes.
Defesa do suspeito de matar homens em imobiliária de SC se pronuncia
A nova versão foi divulgada após o advogado assumir a defesa na sexta-feira (4). Em nota, ele informou que Ralf conhecia Thiago há cerca de três anos e mantinha com ele uma relação apenas profissional.
Após um arrombamento na própria imobiliária, que causou prejuízo, Ralf decidiu vender o ponto. Thiago, então, apresentou dois interessados: Deyvid, uma das vítimas, e Rafael. Parte do pagamento foi feita, mas Deyvid teria permanecido inadimplente.
A defesa sustenta que, diante da dívida, houve aumento da pressão e “diversas tentativas de atrair Ralf para fora da cidade com o objetivo de ameaçá-lo” — indícios que estariam comprovados em áudios e mensagens entregues à equipe jurídica.
“No dia do ocorrido, Ralf foi chamado até sua antiga imobiliária. Lá, teria sido surpreendido, em desvantagem numérica, e tendo sua integridade física e de sua família ameaçada. Em legítima defesa, reagiu”, informou o advogado em nota.
Ainda conforme a nota, Ralf ligou imediatamente para a Polícia Militar após os disparos, informou sua localização e se entregou. O advogado destaca que o réu é primário, sem antecedentes, tem passagem pelo Exército Brasileiro e possuía registro legal da arma usada no crime.
Investigação e elementos da defesa
A equipe jurídica afirma que já identificou “elementos relevantes” para o esclarecimento do caso. Entre eles, estão:
- O equipamento de gravação da imobiliária teria sido retirado antes do crime, sem o conhecimento de Ralf;
- Uma das vítimas teria feito ameaças dias antes;
- Deyvid, segundo a defesa, possui antecedentes por lesão corporal gravíssima em Curitiba (PR), em um contexto semelhante de cobrança e ameaça;
- Conversas e áudios revelariam o comportamento agressivo dos envolvidos durante tentativas de cobrança.
“O caso será apurado com rigor. A defesa colabora ativamente com as investigações e confia na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, acreditando que, no momento oportuno, os fatos serão devidamente esclarecidos e a tese de legítima defesa confirmada”, diz a nota.
Como foi o crime
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi motivado por uma cobrança de dívida. A prisão em flagrante de Ralf Manke foi realizada no mesmo dia e, no dia seguinte, foi feita audiência de custódia. O inquérito segue em andamento para apurar todas as circunstâncias do duplo homicídio.
Amigos e familiares das vítimas usaram as redes sociais para se despedir e prestar homenagens. “Thiago, que você descanse em paz. Que encontre a leveza que sempre carregou aqui, onde quer que esteja agora. Vai fazer falta, meu irmão. E enquanto houver lembrança, você nunca será esquecido”, escreveu um amigo.
Já a Prefeitura de Garuva, de onde Deyvid era natural, publicou uma nota de pesar e solidariedade.
A Polícia investiga agora a veracidade das alegações feitas pela defesa e segue colhendo depoimentos e analisando provas técnicas.
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