Criança de 10 anos denuncia ataques racistas sofridos nas redes sociais
As ofensas vieram depois de uma postagem em que a criança exaltava a própria beleza.
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No Rio de Janeiro, uma menina de 10 anos decidiu denunciar os ataques racistas que sofreu nas redes sociais. As ofensas vieram depois de uma postagem em que a criança exaltava a própria beleza.
O apoio da mãe foi fundamental para enfrentar o ódio nas redes sociais. “No século 21, ainda tem esse tipo de pessoas. Isso me incomoda muito, muito mesmo em saber que tem pessoas dessa má índole, né? Achar que só branco é lindo. Não, negros também são”, diz a mãe Célia Leite.
Com apenas 10 anos, a filha de Célia foi alvo de injúria racial na internet após publicar vídeos em que exaltava a própria beleza. Duas pessoas chamaram a menina de macaca. Uma delas repetiu o comentário cinco vezes.
A pedido da criança, a família procurou a polícia em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, mas foi apenas orientada a fazer o registro online. Com o apoio da comissão da Assembleia Legislativa de Combate às Discriminações, o caso foi encaminhado a uma delegacia especializada.
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A gente acredita que exista, hoje, essa sensação, por parte da polícia, no geral, de que esses crimes são crimes menores, que não devem ter tanta importância”, afirma o advogado Daniel Vargas.
Os ataques aconteceram nos dias 6 e 11 de janeiro. Os últimos serão enquadrados já dentro da nova lei que equipara injúria racial ao crime de racismo. Agora, a pena é de dois a cinco anos de prisão, sem direito a fiança.
Só de outubro a dezembro do ano passado, a Assembleia Legislativa do Rio recebeu 30 denúncias de casos de racismo contra crianças, ocorridos no estado — uma média de 10 por mês. Isso representa um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2021.
Para a presidente da Comissão da Alerj, Lorrama Machado, o rigor na punição desse tipo de crime é a esperança de pôr fim a tanto sofrimento: “é criança que tenta o suicídio, é criança que não quer ir à escola, quer deixar de estudar, é criança que pede à mãe pra cortar o cabelo. Então, infelizmente, tem crescido e está se tornando uma prática”.
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