Chacina em Campo Erê: irmãos são condenados a 240 anos de prisão cada um

Dois irmãos foram condenados a 240 anos de prisão cada um pelo Tribunal do Júri de Campo Erê, em Santa Catarina, por quatro homicídios e seis tentativas de homicídio cometidos em janeiro de 2023. Além da pena em regime fechado, os réus deverão pagar mais de R$ 600 mil em indenizações às vítimas e os familiares.

A sessão, realizada nesta segunda-feira (13) e terça-feira (14), foi marcada por fortes emoções e contou com depoimentos de testemunhas e sobreviventes.

Durante o julgamento, a Promotora de Justiça Susane Ramos destacou a gravidade dos atos: “Este julgamento representa uma vitória da sociedade contra a impunidade. Nosso objetivo foi honrar a memória das vítimas e dar voz às famílias que clamam por justiça.”

O crime, motivado por vingança, ocorreu em 21 de janeiro de 2023, na Linha Doze de Novembro, zona rural de Campo Erê. Após o suicídio de um irmão dos acusados, cuja culpa eles atribuíram à esposa dele, os réus decidiram atacá-la. Como ela não estava presente, familiares e amigos foram alvos da violência.

Os ataques começaram em um bar local, onde duas mulheres foram mortas, e continuaram em uma casa próxima, onde outras duas vítimas, incluindo um idoso, perderam a vida. Seis pessoas sobreviveram, mas algumas ficaram feridas.

“O júri reafirma que a sociedade não tolera a banalização da vida”, disse o Promotor de Justiça José da Silva Júnior. Os condenados não poderão recorrer em liberdade, seguindo entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a execução imediata das sentenças.

Para familiares das vítimas, a decisão trouxe algum alívio. “Foi muito difícil reviver tudo, mas necessário para que a verdade fosse mostrada”, afirmou Rosemira dos Santos, filha de uma sobrevivente.

Relembre a chacina em Campo Erê

Na noite de 21 de janeiro de 2023, por volta das 20h50, um dos réus, instigado pelo irmão, munido de uma espingarda, foi até um bar local e matou a proprietária e sua filha.

Na sequência, na residência aos fundos do bar, ele matou mais duas pessoas, dentre as vítimas um idoso de 63 anos. Outras seis pessoas estavam no local, mas sobreviveram ao ataque.  

O MPSC destacou na denúncia que as vítimas foram surpreendidas por um ataque violento e inesperado, sem chance de defesa. Os disparos foram feitos em uma área densamente povoada, colocando várias pessoas em risco.  

O objetivo do ataque era matar a cunhada, mas como ela não estava no local, seus familiares e amigos foram vitimados.

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