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Castigo no canil: famílias denunciam maus-tratos em creche particular em São José

Segundo ex-funcionária, crianças dormiam no chão e ficavam de castigo em um canil

• Atualizado

Beatriz Agnes

Por Beatriz Agnes

Morgana Fernandes

Por Morgana Fernandes

Foto: Arquivo Pessoal | Cedido
Foto: Arquivo Pessoal | Cedido

Em São José, famílias denunciaram um caso assustador de maus-tratos em uma creche particular, no qual crianças ficavam trancadas em um canil e não eram alimentadas. A primeira denúncia das agressões foi gravada por uma ex-funcionária, que trabalhou apenas por três dias no local.

O boletim de ocorrência foi registrado no dia 12 de janeiro e no relato, a denunciante diz que no café da manhã, bananas e uma maçã picadas eram divididas entre 17 crianças. Já no almoço, uma única marmita era dividida entre as quatro turmas.

Mães das vítimas relataram com exclusividade ao SCC SBT sobre os maus-tratos sofridos pelos filhos. Uma delas diz que, a professora batia no filho com o cabo da vassoura e deixava-o preso na grade.

“O primeiro dia que meu filho foi para a creche, quando a gente foi buscá-lo, quando chegamos na porta da escola, ele simplesmente começou a chorar desesperadamente, falando que a professora tinha batido nele. Simplesmente fiquei em choque e ao mesmo tempo querendo acreditar no meu filho e querendo não acreditar”, disse uma das mães.

Outro relato, aponta que o filho já vinha apresentando sinais de maus-tratos.

“Ele não sabe explicar. Quando aluguei uma casa ali, pra você ver, já acontecia a tempo, porque quando aluguei a casa tinha uma grade que a gente abre e um lugar para sentar, e ele disse: “mamãe, castigo da escolinha”. Ele sentou bem quietinho de cabeça baixa e é exatamente como ele ficava lá no canil”, disse.

Uma mãe afirma ter um histórico da conversa com a professora. Ela diz que sempre perguntou do comportamento do filho.

“Ela dizia que ele era dengoso e que eu dava muita manha para ele”, disse.

Além disso, toda vez que a proprietária da creche era questionada pelos pais, dizia que tudo corria bem.

Foto: Arquivo Pessoal

Prisão e processo:

A proprietária da creche chegou a ser encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil e prestou depoimento, sendo liberada em seguida. Segundo a Polícia Civil, o delegado considerou não ter elementos suficientes para a prisão.

Os pais e responsáveis já entraram com um processo coletivo contra a proprietária e a unidade. O advogado das famílias, Tiago Santos de Souza, explica que os crimes de maus-tratos é de menor potencial ofensivo e não é isso que querem: “Queremos ser justos, averiguar os fatos”, disse.

Segundo a Prefeitura de São José, a creche considerada irregular, não está mais em funcionamento. A creche foi procurada e não se manifestou até o fechamento da matéria. Após a publicação, o advogado da diretora, Wandergell Leiroza, informou que eles irão se manifestar em breve.

Veja imagens:

Assista a reportagem de Morgana Fernandes

https://youtu.be/mDP-9c1MyJk

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