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Tribunal do Júri

Caso Jaguar: Evanio Prestini é condenado a 8 anos de prisão e irá aguardar em liberdade

Evanio foi condenado pelas mortes de Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner, e por lesão corporal contra três outras vítimas

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Olga Helena | SCC10
Foto: Olga Helena | SCC10

O Tribunal do Júri condenou Evanio Prestini por dois homicídios e três crimes de lesão corporal. O julgamento iniciou na quarta-feira (19), no Fórum da Comarca de Gaspar, mais de cinco anos após a colisão entre o Jaguar de Evanio e o Pálio onde estavam as jovens. A condenação foi lida na madrugada desta quinta-feira (20).

O julgamento durou mais de 12 horas e condenou Evanio a 8 anos de reclusão por dois homicídios, e três lesões corporais, sendo duas leves e uma grave. Evanio ainda foi condenado a seis meses e 20 dias de detenção e 2 anos e seis meses de suspensão do direito de dirigir veículo automotor pelo crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool..

O regime inicial é fechado, contudo, ele irá aguardar em liberdade até o trânsito em julgado da sentença. A defesa de Prestini informou que não deve recorrer da decisão.

Confira a leitura da condenação do Caso Jaguar

Em fevereiro de 2019, Evanio dirigia sob efeito de álcool, quando seu veículo, um Jaguar, colidiu frontalmente com outro carro, um Pálio. Duas jovens, Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner, morreram e outras três ficaram feridas.

Suelen Hedler da Silveira (esquerda) e Amanda Grabner (direita) morreram no acidente. Foto: Arquivo

Como foi o julgamento do Caso Jaguar

O julgamento de Evanio iniciou às 9h com a definição do Tribunal do Júri, que foi composto apenas por mulheres e encerrou às 1h25min de quinta-feira com a presença de familiares dos réus e da vítima no plenário.

Durante a instrução plenária foi realizada a oitiva de três vítimas e duas testemunhas de defesa, a acusação desistiu da oitiva das cinco testemunhas arroladas e a defesa de três. Ao final, o réu foi interrogado e respondeu a todas as perguntas feitas em plenário. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu pela condenação por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Já a defesa do réu do Caso Jaguar pediu durante o julgamento que ele fosse condenado “por estar bêbado, mas não pelo acidente”.

Segundo a defesa, para esse caso a condenação “certa” seria de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo o advogado da defesa Roberto Brzezinski Neto, na interpretação da defesa, o MP pediu consequências diferentes para situações idênticas à outras condenações por Evanio “ser rico”.

Na sessão do Tribunal do Júri, José Manoel Soar, advogado do acusado, alegou que a motorista do carro das vítimas estava cansada, não prestou atenção no trânsito e deve ter dormido na direção, ao questionar sobre ela não ter visto o Jaguar indo na direção ao Pálio em uma reta. Ele ainda afirmou que a jovem invadiu a pista contrária. “O crime não é homicídio é acidente!”, disse Soar ao apontar que Evanio pagou mais de R$2 milhões às vítimas. A defesa ainda pediu que o réu fosse perdoado pelo júri, uma vez que “até Deus perdoou”.

A jovem que dirigia o carro no momento do acidente na BR-470 disse em depoimento na sessão do Tribunal do Júri, que somente as amigas, que estavam como passageiras, beberam durante a festa e que a colisão a surpreendeu: “Foi muito rápido, quando a gente viu, já estava em cima. Lembro de puxar o carro para o lado “.

Durante o depoimento, a motorista afirmou que ela e todas as amigas estava usando cinto de segurança. “Amiga não foi minha culpa”, relembra a jovem sobre o que disse no momento do acidente para as amigas que sobreviveram.

Na réplica, o promotor Ricardo Paladino disse que a defesa “foi toda equivocada” e que o réu cumprirá somente uma fração da pena. Para os promotores, a defesa de Prestini quer que ele não cumpra a pena ou que pegue uma pena mínima.

Além disso, a acusação reafirmou que o réu apresentou três versões diferentes e que “até o advogado de defesa chorou na frente do júri, mas Evanio não derramou uma lágrima”.

“Eu respeito a opinião contrária e eu tenho confiança na nossa tese”, afirmou o promotor Paladino, que reafirmou que o MP pediu pela condenação por homicídio doloso, uma vez que “por enquanto Evanio está impedindo de dirigir, se for inocentado vai poder sair daqui dirigindo”.

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