Bolo envenenado no RS: briga de 20 anos atrás pode ter motivado crime
Três pessoas morreram após ingerirem o bolo no final de dezembro
• Atualizado
As investigações sobre o caso do bolo envenenado que causou a morte de três pessoas no final de dezembro em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul/RS, apontam para antigas divergências familiares como motivação para o crime. A informação foi divulgada pelo delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6).
Segundo o delegado, a família tinha uma convivência harmoniosa, mas pequenas desavenças envolvendo uma única pessoa teriam sido o estopim para a tragédia.
“Esta é uma investigação difícil pelo fato de a família ter, segundo os depoimentos coletados, uma convivência muito harmoniosa, (…) mas com divergências causadas basicamente por uma única pessoa. Essa pessoa foi investigada e, através de diligências policiais nós conseguimos verificar que ela tenha cometido esse triplo homicídio”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, em coletiva de imprensa nesta segunda.
“Divergências teriam ocorrido há cerca de 20 anos e eram muito pequenas”, seguiu delegado. Segundo Veloso, as informações foram obtidas por meio de relatos de familiares das vítimas coletados pelos investigadores.
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A Polícia Civil não divulgou o nome completo da suspeita, mas segundo o jornal gaúcho Zero Hora, a mulher foi identificada como Deise e era nora de Zeli dos Anjos, 61, que havia preparado o bolo e está internada desde o dia 24 de dezembro.
Suspeita de envenenar bolo está presa temporariamente em virtude de “provas robustas”. “A investigada foi presa em virtude de provas que encontramos e já foram juntadas às investigações. São provas robustas e serão usadas no final inquérito para o indiciamento”.
Detalhes do inquérito “ainda não podem ser expostos”, informou chefe de Segurança Pública. “Alguns detalhes não podem ser expostos, mas temos fundadas razões que indicam que a suspeita é de fato autora do envenenamento”, disse o secretário gaúcho Sandro Caron na mesma coletiva.
Vitimas morreram, de fato, envenenadas. Foram encontradas “concentrações altíssimas de arsênio” no sangue das vítimas e no bolo consumido por elas, e “não há chances de que a causa da morte tenha sido por contaminação natural”, conforme afirmou Marguet Mittmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias, na mesma ocasião.
“É impossível tratar-se da degradação de algum ingrediente usado na receita do bolo. O arsênio, portanto, entrou na receita do bolo de alguma forma, e a pergunta que a perícia buscava responder era: ‘De qual forma?’. As provas periciais comprovam que a causa da morte das vítimas foi envenenamento por arsênio, que a fonte de ingestão de arsênio foi o bolo consumido pelas vítimas, e que a fonte de contaminação do bolo foi a farinha encontrada na casa em Arroio do Sal”, disse Marguet Mittmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias, em coletiva de imprensa nesta segunda.
Defesa de suspeita ainda não foi localizada. O UOL tenta localizar os advogados e o texto será atualizado no caso de futuras manifestações.
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