Após ser solto, réu diz que “quiseram fazer uma vingança” em júri da Boate Kiss
Os quatro homens condenados pelo incêndio na boate Kiss serão soltos, após decisão da justiça.
• Atualizado
Dois dos quatro réus condenados pelo caso da boate Kiss foram liberados. A soltura ocorre após decisão por dois votos a um, na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que anulou o julgamento que condenou os quatro réus do caso da Boate Kiss nesta quarta-feira (03). O incêndio na boate, ocorrido em 2013, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas.
Elissandro Sphor, conhecido como Kiko, que era dono da boate, e Mauro Hoffmann, condenados, também serão liberados.
O vocalista da banda que tocava no dia do incêndio, Marcelo de Jesus, e o assistente de palco Luciano Bonilha Leão, que comprou o artefato pirotécnico que deu início ao incêndio, foram liberados do presídio de São Vicente do Sul, no Rio Grande do Sul, no início da noite desta quarta-feira (03).
O SBT do Rio Grande do Sul obteve as imagens do momento da saída dos réus. No vídeo, Marcelo sai em uma caminhonete preta e que Luciano carrega algumas sacolas e é chamado por um homem para falar. Ele se aproxima da grade e fala sobre a soltura.
Luciano considerou que o julgamento foi uma tentativa de vingança. “Queria só dizer uma coisa assim, quando eles fizeram o júri, quiseram fazer uma vingança com nós, e hoje Deus está dando a resposta, que eu e Marcelo somos trabalhadores. Com a sabedoria e com Deus está ajudando nós sair daqui. Ninguém quis fazer aquilo lá“, disse o assistente de palco.
Veja o vídeo
Veja o momento que o vocalista é liberado
Entenda a decisão que soltou os quatro réus
via Agência Brasil
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anulou hoje (3) as condenações de quatro acusados pelo incêndio na boate Kiss, ocorrido em 2013, em Santa Maria (RS). Com a decisão, os condenados deverão ser soltos imediatamente.
As condenações envolvem Elissandro Callegaro Spohr, ex-sócio da boate; Mauro Londero Hoffmann, também ex-sócio; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical.
Por maioria de votos, a 1ª Câmara Criminal aceitou recurso protocolado pela defesa dos acusados e reconheceu nulidades processuais ocorridas durante sessão do Tribunal do Júri de Porto Alegre, realizada em dezembro do ano passado.
A Elissandro Spohr foi aplicada pena de 22 anos e seis meses de prisão e a Mauro Hoffmann, de 19 anos e seis meses. A Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha foram aplicadas penas de 18 anos. Todos foram acusados pelo Ministério Público (MP) por 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio por dolo eventual.
O incêndio ocorreu no dia 27 de janeiro de 2013, quando um dos integrantes da banda disparou um artefato pirotécnico, atingindo a cobertura interna da boate e deflagrando o incêndio. A maioria das vítimas era jovem e morreu após inalar fumaça tóxica, sem conseguir deixar a boate, já que a única porta de emergência estava fechada.
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