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tensão e violência

Após conflito na Aldeia Kondá, mediação é realizada com indígenas

Mais de 200 indígenas pediram abrigo desde domingo (16)

• Atualizado

Redação

Por Redação

Imagem: SAER/Polícia Civil/Divulgação
Imagem: SAER/Polícia Civil/Divulgação

Desde domingo (16), quando ocorreu um conflito na Aldeia Kondá, no Oeste de Santa Catarina, a Prefeitura de Chapecó vem colaborando para abrigar indígenas que fugiram da Aldeia, devido ao clima de tensão e violência. Durante o conflito, uma pessoa morreu, várias ficaram feridas e casas foram incendiadas.

A pedido da Funai o município cedeu o ginásio Ivo Silveira e está auxiliando com colchões, roupas e alimentação, com as equipes da Secretaria de Família e Proteção Social, Defesa Civil, apoio de entidades como Cruz Vermelha, além de doações da comunidade. A Guarda Municipal também está colaborando com a Polícia Federal e Polícia Civil na segurança da Aldeia e do ginásio.

Nesta terça-feira (18), a Secretaria de Saúde do Município instalou consultórios improvisados no ginásio, com oito profissionais para atender sintomas de dor de cabeça, hipertensos, diabéticos e outras demandas.

Também foram realizadas reuniões, primeiro na Prefeitura e depois no ginásio, com a presença do prefeito João Rodrigues, do Procurador do Ministério Público Federal, Antônio Augusto Teixeira Diniz, do coordenador regional da Funai, Adroaldo Antonio Fidelis, da secretária da Família e Proteção Social, Ariete Lauxen, do presidente da Fundação Cultural, Fellipe de Quadros, e do coordenador municipal da Defesa Civil, Valter Luciano Hüning, além das lideranças Kaingang.

Pacificação da comunidade

De acordo com o prefeito João Rodrigues, o objetivo foi conversar com as lideranças da Aldeia, tanto da situação quanto da oposição, para pacificar a comunidade. Cerca de 300 índios estão abrigados no ginásio, que é um local provisório.

Na reunião o Ministério Público Federal destacou que haverá segurança presente na Aldeia para que as famílias possam voltar para suas casas. O Procurador também ressaltou que os envolvidos no homicídio e outros atentados contra a vida, além dos incêndios, serão responsabilizados criminalmente. Além disso será realizado um plebiscito para escolha das lideranças da comunidade, até o dia 20 de agosto.

Um levantamento será realizado no ginásio e na Aldeia, para verificar se pessoas de outras aldeias não estão vindo para Chapecó. De acordo com o prefeito, quem não for de Chapecó será encaminhado de volta para sua origem. Gradativamente os indígenas devem voltar para a aldeia, inicialmente pelos que não estiveram envolvidos no conflito.

Entenda o caso

Uma pessoa morreu e pelo menos 12 ficaram feridas após uma briga generalizada entre membros da aldeia indígena Kondá, em Chapecó, Oeste de Santa Catarina, na manhã deste domingo (16). Segundo relatos ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), houve diversas agressões durante a briga iniciada após alto consumo de bebidas alcoólicas: foram socos, pontapés, pedradas e tiros de arma de fogo.

Ao chegar perto do local, a Polícia Militar constatou que a estrada estava fechada com pedras. E, ao contatar o cacique da aldeia, ele relatou que a briga ocorreu porque um grupo não aceitavam a eleição de um novo cacique.

A Polícia Militar informou que dois homens foram alvejados por disparos de arma de fogo. Um deles de 20 anos, com 4 tiros no tórax e no pescoço; e outro de 26 anos, com um tiro no abdômen. Eles foram levados para o Hospital Regional do Oeste por meios próprios.

O homem de 20 anos morreu no hospital. Já o de 26 anos passou por cirurgia e segue internado em estado grave. Os onze feridos estavam todos conscientes e orientados, com diferentes tipos de ferimentos. Eles foram atendidos pelo CBMSC, mas recusaram encaminhamento ao hospital.

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