Após ataque que deixou um morto, Governo envia comitiva à terra Yanomami
Ação armada deixou um indígena morto e outros dois gravemente feridos
• Atualizado
O governo federal determinou, no domingo (30/4), o envio de uma comitiva à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para reforçar a força-tarefa de emergência na comunidade. A iniciativa, solicitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi aprovada horas após o ataque de garimpeiros contra a comunidade.
Entre as deliberações está uma missão para Boa Vista, nesta segunda-feira (1º/5), que contará com a presença das ministras da Saúde, Nísia Trindade, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além de militares. A intenção do grupo, segundo o governo, é contribuir na pacificação imediata do local.
O envio da comitiva a Roraima acontece em conjunto com a ida de policiais federais, que irão investigar o ataque armado de garimpeiros contra a terra Yanomami. A ação resultou na morte do indígena Ilson Xirixana, de 35 anos, e deixou outros dois gravemente feridos. Otoniel Xirixana, 29 anos, teve uma bala alojada no pulmão e Venâncio Xirixana, 31 anos, foi baleado no abdômen e na perna direita.
Em nota, o governo federal afirmou que “os atos violentos contra a vida, o território e a cultura dos povos indígenas são inadmissíveis e não ficarão impunes”. O mesmo foi dito pela ministra Sônia Guajajara, que reforçou que muitas ações coordenadas ainda devem ser implementadas para retirar todos os invasores do território Yanomami.
Mobilização
A situação de crise humanitária vivida pela população indígena Yanomami foi revelada no em janeiro, durante visita do presidente Lula a Roraima. O governo estima que mais de 500 crianças morreram por fome, desnutrição, pneumonia e contaminação por mercúrio, deixado devido às atividades garimpeiras, em 2022. Na região, foi declarada Situação de Emergência.
Até o momento, já foram realizados mais de 10 mil atendimentos de indígenas nas unidades de saúde. A recuperação nutricional das crianças segue como um dos principais focos das ações das equipes de saúde. Das 95 crianças que foram acompanhadas, 63 delas se recuperaram, 26 evoluíram para quadro moderado e seis seguem em acompanhamento por desnutrição grave.
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